Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coronavírus: por que é tão difícil ficar sem tocar o rosto?

Essa é uma das medidas mais importantes no combate ao vírus – e mesmo assim, é quase impossível deixar a mão longe da cara

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 25 mar 2020, 12h27 - Publicado em 13 mar 2020, 18h20

Nessa altura do campeonato, você já deve saber de cor e salteado quais sãos as medidas para prevenir o coronavírus: lavar bem as mãos, cobrar a boca ao tossir e espirrar, evitar contato com pessoas infectadas e, é claro, não tocar o rosto. O vírus entra no organismo por meio do nariz, boca e olhos. Evitar levar o vírus da mão para essas mucosas é uma das melhores medidas para não ficar doente.

Fácil falar. Ficar sem encostar no rosto é uma das recomendações mais difíceis de seguir. E esse não é um problema só entre a população “comum” – nem mesmo os especialistas e autoridades conseguem seguir o hábito à risca. Uma pesquisa feita em uma faculdade de medicina da Austrália verificou que os estudantes tocam o rosto, em média, 23 vezes durante uma aula de uma hora, ou uma vez a cada 2,5 minutos.

Mas por que é tão difícil ficar sem tocar no rosto? A prática parece contraintuitiva. Se o simples fato de tocar o rosto transmite milhares de germes para dentro do corpo, a seleção natural não deveria ter excluído esse hábito?

Não necessariamente. Na verdade, todos os animais mexem no rosto, seja com a pata ou esfregando a cara no chão ou em uma árvore. Os seres humanos são um dos poucos animais que possuem as mãos livres para essa atividade. Obviamente, não dá pra um quadrúpede desenvolver o mesmo hábito.

Continua após a publicidade

Para nós, as mãos são uma ferramenta para higienizar o rosto, seja para tirar remela do olho ou caquinha do nariz. Os roedores fazem a mesma coisa – é só pesquisar um vídeo fofinho de um esquilo limpando o rosto para perceber. A diferença é que, para eles, passar a mão pelo rosto também é uma tática que melhora o olfato.

Esse não é o nosso caso, mas talvez tocar o rosto ajude com outras necessidades humanas. Nós sabemos que os humanos começam a tocar o rosto quando ainda estão dentro do útero. Estudos mostram que os fetos levam suas mãos às bochechas e olhos quando suas mães gestantes estão estressadas.

Continua após a publicidade

O estresse também está relacionado ao hábito de tocar o rosto em adultos. Uma pesquisa feita na Alemanha submeteu voluntários a um teste de memória enquanto eles ouviam barulhos ensurdecedores, o que, você provavelmente já adivinhou, fazia eles esfregarem a própria cara com muito mais frequência. Os pesquisadores supõem que encostar no rosto pode servir como um alívio emocional em situações estressantes.

Por mais instintivo que seja, existem maneiras de diminuir o hábito. Uma empresa de tecnologia americana desenvolveu uma pulseira digital que te lembra de não ficar tocando o rosto. Mas não precisa ir tão longe assim. Programar um alarme no celular já ajuda a fixar a ideia na cabeça.

É pouco provável que você consiga abandonar totalmente o hábito de tocar o rosto, mas pelo menos dá pra diminuí-lo. O importante é perceber por quê você está tocando o rosto. É para apoiar a cabeça? Tente uma outra posição. É só porque está entediado? Tente ocupar as mãos com outra atividade. E já que colocar as mãos no rosto é quase inevitável, garanta que elas estejam sempre bem limpinhas com sabão ou álcool em gel.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.