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Da fazenda para a mesa: produção agroecológica cresce em BH

Além da primeira fazenda urbana da América Latina, a capital mineira tem rede de produtores e feiras

Por Abril Branded Content
Atualizado em 1 dez 2017, 10h00 - Publicado em 1 dez 2017, 10h00

Quando alguém fala sobre shopping, o que é que se imagina? Praça de alimentação, muita gente andando apressada, corredores com iluminação artificial e um bocado de lojas e suas vitrines impecáveis. Mas Antônia Miranda encontrou algo diferente no Boulevard Shopping, na região leste de Belo Horizonte. Durante um passeio com o marido, ela se deparou — pasme — com uma fazenda. Trata-se da BeGreen, a primeira fazenda urbana da América Latina. É uma start up que surgiu com a promessa de facilitar o acesso a produtos frescos e saudáveis.

“É uma iniciativa super interessante que nos aproxima do modo de produção de alguns alimentos que comemos todos os dias”, elogia a empresária, que fez um tour guiado pelo local  ao lado do marido e prometeu voltar com os filhos pequenos.

Tendência nos Estados Unidos e na Europa, esse tipo de empreendimento ajuda a reconectar as pessoas urbanas com o alimento consumido. Afinal, o alface não nasce embaladinho no supermercado, e é por isso que o projeto #hellocidades hoje vai mostrar como é possível consumir alimentos saudáveis e bem fresquinhos na capital mineira, e ainda ter uma experiência completamente nova na cidade.

A estrutura da BeGreen atrai muitos curiosos. Desde os consumidores do shopping que se surpreendem, como foi o caso de Antônia, até escolas infantis e grupos de faculdades, que fazem excursões para conhecer o espaço. A estudante Mariana Lime é uma das guias de visitação da fazenda. Ela conta que as crianças constituem boa parte do público do empreendimento, seja em visitas com os pais ou com a escola.

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BeGreen (vista aérea) está no Shopping Boulevard, em Belo Horizonte (BeGreen/Divulgação)

O fundador da start up, Giuliano Bittercourt, diz que boa parte das crianças não sabe de onde vêm as hortaliças que elas resistem em comer em casa.  “Trazer as pessoas para cá ajuda a transformar a relação delas com a comida. Muitas crianças — e até adultos — chegam falando que não gostam de salada, mas isso começa a mudar aqui. É um processo de aprendizagem e cultura”, diz Giuliano.

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Segundo o fundador da BeGreen, outra grande vantagem de trazer a fazenda para dentro da cidade é justamente a eliminação da etapa de transporte. Além de aproximar a população urbana da agricultura, isso ainda corta custos do processo e ajuda a diminuir desperdícios. “A ideia do projeto surgiu de um incômodo muito grande em saber que boa parte dos alimentos do mundo são desperdiçados. Nós acreditamos que encurtar a cadeia de produção ajuda a reduzir esse índice”, diz.

Da fazenda direto para a mesa

Quem faz o passeio pela fazenda urbana leva para casa um pequeno buquê de alguma hortaliça plantada por lá. A BeGreen não trabalha com a comercialização direta dos produtos (ou seja, não dá para um consumidor comprar lá), mas é adepta do conceito farm-to-table (da fazenda à mesa, em tradução literal) por meio de parcerias com diversos restaurantes e supermercados da cidade. Tal conceito defende a diminuição de intermediários entre a produção do alimento e o consumidor  final, garantindo um produto mais fresco e livre de agrotóxicos.

Com uma filial localizada bem em frente à fazenda urbana, a Casa Amora é um desses restaurantes parceiros que trabalham com as hortaliças produzidas ali. Na hora do almoço, as mesas compartilhadas ficam praticamente lotadas de pessoas em busca de uma alimentação mais saudável, como é o caso do analista de sistemas Gustavo Pinto. “Eu trabalho aqui perto e moro bem longe, então não dá para almoçar em casa, o que faz com que eu sempre procure alternativas mais saudáveis pela região. Poder contar com produtos frescos assim e em pratos bem gostosos é unir o útil ao agradável”, diz.

Sacolão na rua

O farm-to-table também é uma ideia difundida por empresas menores e pequenos produtores, que buscam comercializar os próprios produtos em feiras ou entregam diretamente ao consumidor. Muitos desses eventos são incentivados pela prefeitura da capital ou pelo governo do estado, como é o caso da Feira de Mulheres, realizada no começo de novembro na praça da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

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Durante dois dias, aquele espaço público se transformou para receber mulheres agricultoras de todo o estado. Duas delas eram as amigas Ana Maria de Souza e Gildete Neves, moradoras da comunidade Vitória, na região do Izidora, no vetor norte de BH. Nascida em Pirapora, no Norte de Minas, Ana Maria conta que planta desde criança, mas foi só há pouco tempo que tirou os agrotóxicos da produção.

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Ana Maria e Gildete aproveitam evento em Belo Horizonte para vender o que plantam (Camila Bastos/Divulgação)

“Eu planto dede o berço, a enxada foi minha caneta. Tem poucos anos que eu descobri que o agrotóxico faz mal. Participei de algumas oficinas oferecidas por estudantes da UFMG  e comecei a plantar sem veneno”, conta ela, exibindo orgulhosa suas hortaliças colhidas no mesmo dia.

Quem passava pela feira com a sacola cheia era o gestor Richard Gomes. Ele acredita que é muito mais saudável comprar diretamente com o produtor. “Eu sempre busco comprar na mão de quem planta. É muito importante ter essa conexão com quem produziu aquele alimento, saber como ele foi feito e entender melhor a história daquele vegetal”, reflete. Quando não há eventos especiais como esse, Richard conta que procura comprar nas feiras de bairro semanais da prefeitura.

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Conexão amiga

A internet e as redes sociais são grandes aliadas desse movimento, já que muitos produtores utilizam essas ferramentas para impulsionar e vender os seus produtos agroecológicos ou orgânicos. Com isso, muita gente faz a feira diretamente do celular. Alguns produtores expõem no virtual os seus produtos, e a entrega é feita diretamente em casa.

A DaHorta, por exemplo, envia um e-mail toda semana para seus consumidores, avisando quais são as colheitas da vez e recebendo encomendas. Os Produtos Ducapim são anunciados principalmente no Facebook, e o esquema é o mesmo: toda semana uma cesta é montada com os produtos daquele período e é entregue na casa dos consumidores. Outros produtores, empresas e coletivos também trabalham de forma similar, de maneira que não faltam opções para quem quer comer bem em BH.

E você, como faz para escolher os seus alimentos? É hora de se reconectar com o que come! Não deixe de compartilhar as suas experiências nas redes com a hashtag #hellocidades. Para conhecer outras formas de explorar a capital mineira, acesse hellomoto.com.br.

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