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Dietas ricas em flavan-3-ol podem reduzir pressão arterial

Pesquisa britânica com mais de 25 mil voluntários relacionou a presença do composto (encontrado em maçãs, frutas vermelhas e chás) no organismo aos níveis de pressão. Entenda.

Por Carolina Fioratti
21 out 2020, 16h26

Vira e mexe surgem estudos sobre alimentos milagrosos e suas funções essenciais para a saúde humana. Essas pesquisas não são necessariamente erradas, mas muitas delas se baseiam apenas na dieta descrita por seus voluntários. Por exemplo: a pessoa comenta o tanto de maçãs que ela ingere por dia e os cientistas associam a descrição com seus níveis de pressão arterial. 

Agora, pesquisadores da Universidade de Reading foram além para obter os dados mais certeiros possíveis. Eles coletaram amostras de urina de 25.618 adultos de Norfolk, Inglaterra, nas quais aplicaram biomarcadores nutricionais para medir a ingestão de flavan-3-ol e relacioná-la aos níveis de pressão. O flavan-3-ol é um composto natural encontrado na uva (e no vinho tinto), cacau, nozes, entre outros alimentos. 

Os resultados, publicados na revista Scientific Reports, mostram que a diferença de pressão entre aqueles que ingeriram menos de 10% de flavan-3-ol e aqueles que consumiram mais de 10% durante o período analisado era de 2 a 4 mmHg. Os números foram mais notáveis nos voluntários hipertensos e mulheres, mas ainda não há justificativas para isso.

De acordo com os pesquisadores, são necessários mais estudos para provar a relação entre a ingestão de flavan-3-ol e as melhorias na pressão arterial. De toda forma, a estabilidade dos resultados se manteve mesmo quando fatores como tabagismo e frequência de atividades físicas dos participantes foram considerados. 

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Além dos biomarcadores, os pesquisadores também consideraram os diários alimentares dos voluntários. Porém, a quantidade de flavan-3-ol esperada pelas descrições nem sempre batia com os números observados na análise. Gunter Kuhnle, nutricionista da Universidade de Reading, explicou ao The Guardian que “a ideia de que temos uma espécie de comida padronizada, que podemos usar a partir de um diário alimentar ou questionário alimentar para estimar quanto flavan-3-ol a maioria das pessoas consome, acabou sendo mais ilusória”. No caso da dieta dos britânicos, os alimentos mais consumidos foram as frutas vermelhas, as maçãs e, claro, os chás. 

Se a pesquisa estiver correta, um aumento na ingestão de flavonoides pode representar, no futuro, uma queda na incidência de doenças cardiovasculares. Mas veja bem, a melhor forma de consumir o composto ainda deve ser recomendada por nutricionistas. O flavan-3-ol está presente no cacau, por exemplo, mas encher o organismo de açúcar não é o mais indicado, já que isso pode anular os efeitos benéficos. Qualquer dieta deve ser feita apenas com recomendação de profissionais. 

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