Existe ligação genética entre obesidade e depressão, diz estudo
E os efeitos são ainda mais significativos nas mulheres
Diversos estudos já apontaram uma relação entre obesidade e depressão, mas a ciência ainda não havia descoberto uma maneira de mensurar o peso da tristeza no número da balança – ou o contrário. E essa questão continua em aberto, mas nós demos mais um passo na descoberta da resposta. Pesquisadores do Reino Unido e Austrália encontraram evidências genéticas que ligam as duas doenças.
Tudo está relacionado a variantes do DNA que tornam um indivíduo predisposto a ter um alto IMC (índice de massa corporal), medida internacional usada para calcular se uma pessoa está ou não em um peso considerado saudável. E, pelos achados do estudo, ter tendência ao excesso de peso também aumenta o risco se tornar depressivo.
Para conduzir o trabalho, pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália e da Universidade de Exeter usaram dados do UK Biobank, um gigante banco de dados do Reino Unido que investiga como a predisposição genética e a exposição ambiental contribuem para o desenvolvimento de doenças. Ele inclui mais de 500 mil pessoas, com idade entre 37 e 73 anos, que foram recrutadas entre 2006 e 2010. Para a pesquisa, os experts selecionaram 48 mil homens e mulheres diagnosticados com depressão.
Os pesquisadores analisaram mais de 80 variantes genéticas ligadas à obesidade e descobriram todas elas estão ligadas à tristeza profunda. Para cada aumento de 4,7 pontos no IMC, a probabilidade de ficar deprimido aumentou em 18% no geral – e em 23% entre as mulheres.
Esses resultados se mantiveram mesmo quando os pesquisadores realizaram testes adicionais e excluíram indivíduos com histórico familiar de depressão. Não é possível afirmar, no entanto, se é a obesidade que causa a doença mental ou o contrário, mas os pesquisadores concluem que ser obeso é, sim, um fator de risco para o problema.