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Mulher no Cazaquistão dá à luz gêmeos com 11 semanas de diferença

A mãe sofre de uma malformação conhecida como “útero duplo” — e as chances de a gravidez ocorrer eram de uma em 25 mil.

Por Maria Clara Rossini
27 ago 2019, 18h29

Quando uma mulher fica grávida de gêmeos, o que se imagina é que ela só terá que passar pelo hospital uma única vez. Mas isso nem sempre é regra. A cazaque Liliya Konovalova é a prova viva disso. Ela deu à luz uma menina em maio, e apenas três meses depois, estava de volta ao hospital para o parto de seu outro filho.

A menina nasceu no dia 24 de maio, enquanto o garoto só chegou no dia 9 de agosto — uma diferença de 11 semanas. Uma disparidade tão grande entre os nascimentos é extremamente rara, ocorrendo apenas uma vez a cada 50 milhões de gestações. Liliya, de 29 anos, é o primeiro caso do Cazaquistão.

Não é só a data de aniversário que separa os dois filhos, mas também o próprio útero. Isso porque a mãe sofre de uma malformação chamada útero didelfo ou útero duplo. O órgão é dividido na metade, formando duas cavidades diferentes. No caso de Liliya, cada bebê foi gerado em um “compartimento” separado, o que permitiu que um deles nascesse primeiro.

A malformação acontece ainda na fase fetal. Em um indivíduo normal, o útero começa a se formar a partir de dois tubos que, ao se unirem, dão origem ao órgão. No caso de úteros duplos, cada um desses tubos se desenvolve em um útero diferente. A mulher também pode nascer com duas vaginas, mas isso não acontece sempre.

A condição da mãe não é exatamente rara. De acordo com o que disse ginecologista Robert Zurawin em entrevista à Scientific American, uma em cada duas mil mulheres possui útero duplo. O difícil mesmo é engravidar de gêmeos, com um em cada útero. Nesse caso, as chances são de uma em 25 mil.

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A menina nasceu prematura, seis meses após o início da gestação. Seu irmão, no entanto, não estava com pressa para sair. Ele completou os nove meses dentro da barriga da mãe.

Essa não é a primeira vez que irmãos gêmeos nascem em dias diferentes. Mas Liliya quase bate o recorde de maior diferença de tempo entre os nascimentos. O troféu ainda fica com um caso de 2012, em que os bebês nasceram com um delay de 87 dias.

Outros casos parecidos já ocorreram antes. Em 2009, nos Estados Unidos, uma mulher deu à luz gêmeas, uma de cada útero. Já em 2006, no Reino Unido, foram trigêmeos que nasceram — dois bebês compartilhando um dos úteros, enquanto o terceiro ficou com o outro lado só para si.

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