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Novo remédio sabe se foi ou não ingerido

A novidade já chegou cheia de polêmicas. Saiba mais sobre a pílula inteligente e suas implicações na vida de médicos e pacientes

Por Ana Luísa Fernandes
Atualizado em 31 out 2016, 19h07 - Publicado em 21 out 2015, 17h15

A pílula inteligente contém um transmissor eletrônico, que tem o tamanho de um grão de areia. Depois de ser engolida, ela vai para o sistema digestivo e é dissolvida pelo suco gástrico (como qualquer remédio). Quando isso acontece, os ácidos presentes no suco entram em contato com o transmissor eletrônico – que é feito de cobre e magnésio. Isso gera uma reação de oxirredução, em que o magnésio doa elétrons para o cobre, criando uma corrente de energia, conduzida pelo meio ácido.

O transmissor entra em ação e envia pulsos elétricos para um sensor – um pequeno adesivo, que a pessoa deve colar na barriga. O sinal é verificado e enviado para o smartphone do paciente e do seu médico, avisando se a pílula foi tomada. 

A nova tecnologia, que se chama Proteus e ainda aguarda aprovação da FDA (a Anvisa norte-americana), parece ser um ótimo meio de garantir que os pacientes realmente estão ingerindo os medicamentos com a frequência recomendada, já que estudos apontam que aproximadamente metade das pessoas não toma os remédios de acordo com a orientação médica (toma em horários errados ou em quantidades diferentes do prescrito, por exemplo). Se você se esquecer de tomar o remédio, o sistema avisa. 

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Mas esse controle sobre o que alguém ingere ou deixa de ingerir é controverso. Críticos do Proteus temem que ele possa ser usado como ferramenta em decisões judiciais, para obrigar um indivíduo a ingerir determinado remédio.  O especialista em bioética da Universidade de Nova York, Arthur Caplan, disse em entrevista: “A tentação dentro do sistema legal em dizer ‘Podemos te monitorar e ter certeza de que você não é uma ameaça’ será enorme. (…) Talvez isso seja bom, talvez seja ruim, mas é uma situação bem diferente de o paciente aceitar tomar as pílulas”.

Um juiz poderia determinar, por exemplo, que alguém condenado por agressão fosse obrigado a tomar calmantes. Se a pessoa pulasse uma dose, as autoridades ficariam sabendo disso, e imediatamente prenderiam aquele indivíduo.  Ou seja, a Justiça poderia exigir -e monitorar, em tempo real- o uso de remédios. Eventuais questões éticas e sociais não estão nas mãos da FDA, que irá analisar apenas a segurança e a eficácia do produto. 

Se aprovado, o Proteus entrará no mercado experimentalmente com a Abilify, um antipsicótico usado em pessoas com problemas mentais, como esquizofrenia e transtorno bipolar.  

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