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Novos vírus identificados em morcegos na China

Não existe motivos para preocupação, mas monitorar quem vive perto dos animais é essencial para evitar epidemias.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 10 jul 2025, 15h24 - Publicado em 5 jul 2025, 14h00

Cientistas chineses descobriram 22 vírus desconhecidos em morcegos que vivem próximos a áreas habitadas por humanos na província de Yunnan, na China. Dois deles estão relacionados ao Nipah e ao Hendra, patógenos altamente letais que causam inflamações cerebrais e doenças respiratórias graves.

A pesquisa, publicada na revista científica PLOS Pathogens, lança um alerta sobre o risco potencial de transmissão de vírus de animais para humanos, especialmente em regiões onde há grande interação entre espécies.

Liderado por Yun Feng, do Instituto de Controle de Doenças Endêmicas de Yunnan, o estudo analisou os rins de 142 morcegos de dez espécies diferentes. A opção por examinar os rins em vez das fezes (que costumam ser mais analisadas em pesquisas com esses animais) permitiu identificar os patógenos que podem ser eliminados pela urina, uma via que possibilita a transmissão para humanos.

“A urina de morcego achada em tigelas usadas para coletar seiva de palmeiras foi como o vírus Nipah começou a se espalhar para os humanos”, explicou Edward Holmes, virologista da Universidade de Sydney e coautor do estudo, para a Live Science. Holmes lembrou que os animais analisados viviam em áreas próximas a pomares e vilarejos, o que aumenta a possibilidade de contaminação de frutas e, consequentemente, de pessoas ou animais domésticos.

Além dos vírus, os pesquisadores também identificaram um novo parasita protozoário e duas bactérias, sendo uma delas inédita. No total, 20 dos 22 vírus descobertos nunca haviam sido observados anteriormente.

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Apesar da descoberta de patógenos semelhantes aos henipavírus (família do Nipah e Hendra), os cientistas reforçam que não há motivo para alarme imediato. “Esses novos vírus ainda não foram encontrados em humanos, e não há evidência de que venham a infectar ou emergir em humanos”, disse Holmes para o site. “Em teoria, podem representar uma ameaça, mas no momento não há casos humanos, então não há razão para preocupação.”

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Contudo, o estudo ressalta a importância de monitorar animais silvestres que vivem muito próximos a humanos, bem como as populações humanas expostas a esses ambientes. A detecção precoce de vírus emergentes pode ser crucial para evitar futuras pandemias.

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“É essa interface cada vez mais porosa entre humanos e animais que leva às pandemias”, afirmou Holmes. “Pandemias são sempre um reflexo de como os humanos perturbam os ambientes naturais. A chave está em uma vigilância melhor e mais frequente.”

A pesquisa reforça o que a comunidade científica já vinha alertando desde a pandemia de COVID-19: a prevenção de futuras crises sanitárias globais passa, necessariamente, por uma convivência mais consciente e respeitosa com o meio ambiente e a fauna silvestre.

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