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O mundo está mais saudável que há 10 anos, diz OMS

A quantidade de pessoas precisando de tratamento para doenças tropicais, como elefantíase, tracoma e raiva, caiu 60%

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 14h38 - Publicado em 26 abr 2017, 17h59

A Organização Mundial da Saúde comemora os “avanços sem precedentes” no combate a doenças tropicais negligenciadas (NTDs), de origem viral, parasitária e bacteriana, que atingem principalmente regiões pobres do mundo e deixam 534 mil mortos anualmente. O número de pacientes com esse tipo de enfermidade caiu de 2 bilhões em 2010 para 1,6 bilhão em 2015.

A divulgação do relatório que detalha o “progresso fenomenal” foi feita em Genebra, na Suíça, e acontece cinco anos depois da Declaração de Londres sobre doenças tropicais negligenciadas – documento em que a OMS firmou o compromisso de erradicar e controlar as NTDs até 2020, em parceria com grandes empresas farmacêuticas, doadores internacionais e outros grupos liderados pela Fundação Bill e Melinda Gates, que encabeça diversas iniciativas científicas de saúde pública e combate à pobreza.

Desde o início da força-tarefa, foram doados sete milhões de doses em tratamentos para 1 bilhão de pessoas em 150 países. Muitas das doenças estão sendo combatidas através da administração em massa de medicamentos doados – eles evitam a proliferação de parasitas e reduzem as formas e áreas de infecção. A OMS destaca que a melhoria das condições sanitárias e da qualidade da água foram decisivas para o bom resultado da operação.

Em 2015, um milhão de pessoas receberam tratamento para, pelo menos, uma doença tropical. No mesmo ano, os casos de leishmaniose visceral, também conhecida como Calazar, foram eliminados de 82% das regiões da Índia, 97% de Bangladesh e de todo o Nepal. A incidência de casos de Doença do Sono, transmitida pela mosca tsé-tsé, foi reduzida em 89% desde 2000 e se aproxima da meta de eliminação total até 2030. 

Ainda em 2015, mais de 500 milhões de pessoas foram tratadas preventivamente para elefantíase. Outros 185 mil pacientes com a inflamação bacteriana Tracoma puderam fazer cirurgia de correção, e 56 milhões tiveram acesso a antibióticos para controlar a doença. Tracoma é a principal causa de cegueira evitável em todo o mundo e não consta mais como um problema de saúde pública no Marrocos, México e Omã.

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Além disso, foram notificadas apenas 12 mortes por raiva na América no mesmo período. O continente americano soma outras vitórias: 17 países acabaram com as transmissões da doença de Chagas, 14 se consideram livres da transmissão local da malária e quase todos conseguiram tirar a hanseníase da lista de problemas de saúde pública nacional.

De acordo com a OMS, mais de 300 milhões de pessoas não precisarão de tratamento em lugares onde a transmissão das doenças foi reduzida. Apesar do progresso nunca antes visto, a organização destaca que os investimentos de combate à pobreza não podem estagnar, uma vez que ainda há vários indicadores de saúde pública que precisam de atenção: mais de 660 milhões de pessoas seguem bebendo água de fontes contaminadas e 2,4 bilhões precisam de instalações de saneamento básico, como banheiros e latrinas.

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