Não é de estranhar que as mulheres vivam, em média, 7 anos a mais do que os homens: as estatísticas mostram que eles ficam doentes só de pensar em ir ao médico. Para Baldur Shubert, coordenador de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, “o homem se julga invulnerável. Isso contribui para que ele cuide menos de si mesmo e se exponha mais a situações de risco”.
Mas o suposto corpo fechado não é o único problema. Segundo Romeu Gomes, responsável por um estudo da Fundação Oswaldo Cruz sobre a baixa frequência masculina nos serviços de saúde, os homens costumam associar consultórios médicos com um lugar de crianças, mulheres e idosos.
O terror dos médicos não é privilégio dos brasileiros. “O único país que tem uma política específica voltada para a saúde do homem é o Canadá”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, José Carlos de Almeida. Para piorar a situação, os garotos não são educados a cuidar da saúde. “Desde cedo, as meninas aprendem que têm que procurar o ginecologista quando ficam menstruadas. Quando ficam adultas, não pensam duas vezes quando têm que sair mais cedo do trabalho para fazer um exame preventivo ou levar o filho ao médico”, diz Almeida.