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Qual é a quantidade ideal de sono? A resposta varia de um país para o outro

Um estudo que analisou os hábitos de quase 5.000 pessoas mundo afora indica que populações diferentes se satisfazem com quantidades de sono diferentes.

Por Eduardo Lima
9 Maio 2025, 16h30

Todo mundo conhece a regrinha do sono: o ideal é dormir 8 horas por noite. Esse suposto segredo para uma vida saudável não é um consenso científico: não há uma duração mágica para uma noite perfeita, ainda que pesquisadores tendam a concordar que algo entre 7 e 9 horas de descanso é o normal para nossa espécie.

Uma variável importante é a idade do dorminhoco: adolescentes precisam de 9 a 10 horas para seus corpos em desenvolvimento, enquanto idosos podem ficar bem com apenas 6 ou 7 horas de repouso. A dica é focar mais na qualidade do sono do que na quantidade exata de horas dormidas, porque essas podem variar muito de pessoa para pessoa.

Agora, um novo estudo sugere que faixa etária e variabilidade individual não são os únicos fatores que influenciam na duração de uma noite de sono ideal. Pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, analisaram os hábitos de mais de 5.000 pessoas em 20 países diferentes, e perceberam que a média de horas necessária para uma vida saudável também varia de uma cultura para a outra.

O estudo foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Steven Heine, professor de psicologia social e cultural na Universidade da Colúmbia Britânica e autor sênior do estudo, afirmou em depoimento que “não há uma quantidade de sono ‘tamanho único’ que sirva para todas as pessoas”.

Ideais locais

Esse estudo valida os resultados de outras pesquisas que já sugeriram a existência de diferenças culturais nos ideais de sono. Os cientistas  descobriram que a média, no Japão, é de 6 horas e 18 minutos. Já na França, o número se aproxima do senso comum: 7 horas e 52 minutos. No Canadá, o comum são 7 horas e 27 minutos de naninha.

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Depois de calcular as médias, eles começaram a investigar se as pessoas dos países que dormem menos tinham uma saúde pior (ou seja, se essas populações passam menos tempo na cama porque são forçados a isso pela rotina). Porém, eles não encontraram nenhuma evidência de que os menos dorminhocos fossem menos saudáveis.

Os pesquisadores preparam um gráfico mostrando as diferenças de hábitos de sono entre os países. Não se assuste com a diferença aparentemente enorme entre algumas barras: o gráfico começa a partir de 6 horas de sono, então estar perto do eixo x não significa dormir zero horas. Dá para perceber alguns padrões, como o fato de que os europeus dormem mais, em média, do que os asiáticos. Confira:

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Gráfico de barras mostrando os 20 países envolvidos no estudo e a duração média do sono dos participantes em cada país.
(Relações com a Mídia da UBC/Reprodução)

O que o estudo concluiu, na verdade, é que as pessoas mais saudáveis são as que dormem uma quantidade de horas parecida com a média de sua cultura, e não as que dormem mais ou menos do que esse parâmetro. Isso sugere que a quantidade de sono por noite não é algo puramente biológico, mas um dado influenciado pela cultura.

A pesquisa dos psicólogos canadenses sugere, portanto, que as diretrizes para um sono saudável passem a levar em conta a realidade local na hora de fazer recomendações. Nas palavras do próprio Heine, dados biológicos sobre saúde não funcionam como roupas “tamanho único”.

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