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Se você não tira folga do trabalho, está fazendo tudo errado com sua saúde

Homens que têm menos de três semanas de férias no ano são mais propensos a morrer cedo

Por Luiza Monteiro
31 ago 2018, 19h05

Você está colocando salada no prato, batendo cartão na academia em vários dias da semana e… trabalhando sem parar? Pode parar. De nada adianta incluir bons hábitos na sua rotina se você não tira dias de descanso da firma. E quem está falando é a ciência: um estudo da Universidade de Helsinque, na Finlândia, apresentado no último dia 28 de agosto no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, mostra que quem tem menos de três semanas de férias durante o ano está mais propenso a morrer precocemente.

O alerta vale especialmente para os homens, já que o estudo analisou 1.222 participantes do sexo masculino, que foram acompanhados durante 40 anos. Todos os voluntários contavam com ao menos um fator de risco cardiovascular, como fumar, ser hipertenso, ter colesterol alto, diabetes ou sobrepeso.

Eles foram divididos em dois grupos: um que recebeu indicações precisas dos pesquisadores e outro que atuou como controle. O primeiro foi orientado, durante quatro meses, a praticar exercícios aeróbicos (como corrida, natação e esportes de quadra), adotar uma dieta saudável, emagrecer e parar de fumar. Em alguns casos, houve até indicação de medicamentos para controlar a pressão arterial e o colesterol. A segunda turma apenas recebeu orientações básicas e não contou com o acompanhamento próximo dos cientistas.

A equipe que foi monitorada de perto apresentou, inicialmente, melhora na saúde cardiovascular. Mas depois de 15 anos, mais gente dessa galera tinha morrido. Quatro décadas após o início da investigação, os cientistas avaliaram novamente os participantes e prestaram atenção em fatores como rotina de trabalho, sono e períodos de descanso. E veja só: o pessoal com maior probabilidade de perder a vida eram aqueles que trabalhavam muito e descansavam pouco – e boa parte deles estava no grupo que precisou “andar na linha”.

“O estilo de vida estressante pode ter se sobreposto a qualquer benefício da intervenção que fizemos. É possível também que as regras impostas tenham adicionado ainda mais tensão à rotina deles”, comenta, em nota à imprensa, Timo Strandberg, autor do estudo. Os resultados mostram que os homens que haviam tirado três semanas ou menos de férias durante o ano tinham um risco 37% maior de morrer em comparação aos que descansaram por mais tempo.

Para Strandberg, a pesquisa mostra o quão essencial é evitar que o stress tome conta do dia a dia – principalmente no caso de quem tem problemas cardiovasculares. “Não pense que certos hábitos saudáveis vão compensar por trabalhar demais e não tirar dias de descanso”, alerta o pesquisador. E aí, quando serão suas próximas férias?

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