Veneno de cobras para salvar vidas
Cientistas da Escola de Medicina de Harvard descobriram que uma das proteínas do veneno da cobra pode salvar vidas.
Certas cobras venenosas, sempre prontas a atacar, agora poderão salvar vidas. Cientistas da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que um dos componentes do veneno da cobra – no caso, uma proteína chamada quistrina – é capaz de impedir a formação de coágulos sanguíneos. A proteína do veneno foi injetada em cães junto com a droga TPA (do inglês, ativador do plaminogênio tecidual), bastante aplicada em vítimas de infarto, para dissolver os coágulos que obstruem a passagem do sangue no coração. Com essa combinação, os coágulos não reaparecem, como acontecia esporadicamente quando os animais recebiam apenas o medicamento.
Por causa de sua estrutura, a quistrina consegue se encaixar, como uma impostora, no lugar de uma substância do sangue, o fibrinogênio, que funcionaria feito um cimento, unindo os glóbulos vermelhos e formando, assim, os perigosos coágulos. Diante dessa descoberta, os cientistas americanos apostam que as indústrias farmacêuticas extrairão veneno de cobra para desenvolver remédios mais eficazes no socorro aos infartados.