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Ciência e saberes ancestrais se unem para restaurar a Mata Atlântica

Nove anos após rompimento da barragem de Fundão da Samarco, em Mariana (MG), são vários avanços em ações de reflorestamento e recuperação da Bacia do Rio Doce

Por Abril Branded Content
Atualizado em 20 dez 2024, 13h33 - Publicado em 20 dez 2024, 09h00

A restauração de ecossistemas é uma meta global, estabelecida pelo programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). A campanha global valoriza todos os esforços possíveis capazes de recuperar ambientes naturais, com benefícios amplos, tanto para a humanidade quanto para os ecossistemas.

E foi neste contexto que ganhou escala o trabalho da Rede de Sementes e Mudas da Bacia do Rio Doce, comprometida a ampliar a cobertura florestal da Mata Atlântica, com ações em pesquisa e tecnologia que levam inovação para a produção de sementes florestais nativas. 

A iniciativa até então foi conduzida pela Fundação Renova, criada após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. Desde o rompimento, R$ 38 bilhões foram destinados em diversos programas de reparação e compensação, incluindo a indenização para cerca de 430 mil pessoas.

A partir da assinatura do Novo Acordo da Bacia do Rio Doce em outubro de 2024, que envolve recursos de R$ 170 bilhões, a Samarco, mineradora responsável pela barragem de Fundão, com o apoio de suas acionistas Vale e BHP Brasil, passa a conduzir esta iniciativa, além da entrega de uma série de outras ações.

As ações de reflorestamento têm como objetivo alcançar a reabilitação ambiental da Bacia do Rio Doce. Até o momento, foram destinados R$ 11,6 milhões para produtores rurais na bacia do Rio Doce recuperarem áreas de proteção permanente em suas propriedades. Além de outros R$ 10 milhões na aquisição de sementes. Além disso, com o Novo Acordo, estão previstos mais R$ 16,13 bilhões em ações para o meio ambiente. 

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Comunidades indígenas e quilombolas

“Temos 54 mil hectares para reabilitar, com o suporte da rede, que disponibiliza mudas e sementes, em alinhamento com o programa da ONU sobre a década da Restauração de Ecossistemas. Esta é uma ação ambiental, mas também social, que leva uma nova oportunidade de renda para pequenos produtores e para comunidades indígenas e quilombolas, muitas delas lideradas por mulheres”, explica o engenheiro florestal Antônio Sergio Cardoso Filho, coordenador da iniciativa. 

Para garantir o sucesso do trabalho, os produtores recebem capacitação anual. “São 51 núcleos em toda a Bacia do Rio Doce, que já ultrapassaram a marca de 80 toneladas de sementes coletadas, de cerca de 350 espécies florestais nativas da Mata Atlântica”, complementa a engenheira florestal Flavia Osório José, que atua no projeto há dois anos.

“O objetivo é que a rede de coleta se torne independente da Fundação Renova e da Samarco e possa participar de outros projetos de restauração, de maneira que os produtores se tornem especializados em um mercado que está em expansão. Eles já mudaram sua relação com o entorno, já passaram a enxergar com maior clareza as vantagens de manter a floresta em pé”, descreve a agrônoma Monique Alves, que chegou à Rede de Sementes e Mudas em 2022.

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A base teórica da iniciativa é fruto de uma parceria entre a Fundação Renova e o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), com a colaboração da Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os pesquisadores oferecem suporte técnico e científico, enquanto as comunidades locais complementam as orientações técnicas com conhecimentos locais, transmitidos por gerações.

Avanço para a ciência

As mudas são produzidas em 11 viveiros familiares, sendo nove em Minas Gerais e dois no Espírito Santo. “Temos capacidade para produzir 13 milhões de mudas por ano”, informa a engenheira florestal Ana Caroline de Oliveira Herculano, que atua no projeto há dois anos e meio.

A experiência também traz benefícios para a pesquisa na área. “O controle de qualidade começa no campo e passa pela Casa das Sementes, onde elas são armazenadas, e por um laboratório onde elas são avaliadas em sua qualidade, do ponto de vista genético, físico, fisiológico e sanitário”, diz Kamila Antunes Alves, engenheira agrônoma e supervisora do laboratório da análise de sementes da rede, que fica em Linhares (ES). 

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“A maior parte dos dados que geramos são inéditos, sem nenhuma referência anterior na literatura científica. Estamos produzindo conhecimento para todo o setor de reflorestamento”.

BHP
(BHP/Reprodução)
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