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Cópia pessoal do livro “Óptica”, de Isaac Newton, será leiloada

O livro que pertencia ao físico esteve perdido por um século. Agora, espera-se que a obra seja vendida por meio milhão de dólares.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 18 jan 2023, 18h58 - Publicado em 18 jan 2023, 18h58

Refração, difração, prismas e lentes. Todos os conceitos que te transportam para as aulas de física óptica do ensino médio estão condensados em um único livro publicado por Isaac Newton em 1704. “Óptica” ou “Um Tratado das Reflexões, Refrações, Inflexões e Cores da Luz” é considerado um dos livros que deu origem ao ramo.

Na obra, o físico explica como os prismas de vidro podem decompor a luz branca em outras cores (como acontece na capa do álbum do Pink Floyd); debate sobre a luz ser uma onda ou partícula (ele acreditava na segunda opção); e comenta sobre o que define a nossa percepção de cor. Newton tinha duas versões do livro em casa: um manuscrito rabiscado, que está na Biblioteca Huntington, e uma versão impressa sem rabiscos.

Essa segunda cópia pessoal de Isaac Newton ficou perdida por um século, e foi recentemente encontrada pelo colecionador David DiLaura, que também é professor emérito da Universidade do Colorado. Agora, ele deve ser leiloado na Feira de Livros Raros de São Francisco entre os dias 3 e 5 de fevereiro. A expectativa é que o livro alcance um preço de U$ 460 mil – ou R$ 2,4 milhões, segundo a cotação atual.

Mas o melhor de tudo é como esse livro foi encontrado. DiLaura aproveitou o tempo enclausurado durante a pandemia de covid-19 para organizar sua coleção pessoal de livros. Daí, ele encontrou uma cópia de  “Óptica” que havia comprado 20 anos antes. O livro tinha uma etiqueta indicando que aquela era a segunda edição, impressa em 1717, e que pertencia a um homem chamado James Musgrave. Olhando mais de perto, DiLaura descobriu uma segunda etiqueta, escondida sob a primeira, indicando que o dono anterior do livro foi Charles Huggins. 

Com todo o tempo livre que tinha durante a pandemia, o professor pesquisou os dois nomes. Ele descobriu que Newton morreu em 1727 sem deixar um testamento. Seus livros e outros pertences foram comprados por um homem chamado John Huggins, que depois deu o exemplar para seu filho, Charles. Ele, por sua vez, se tornou o sacerdote responsável pela vila de Chinnor (Inglaterra) e daí passou o livro para seu sucessor no cargo, James Musgrave.

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O exemplar de “Óptica” passou entre gerações até ser vendido com outros livros em 1920. Ele estava perdido até DiLaura encontrá-lo em sua coleção. 

Cópias originais de livros costumam ir bem em leilões. Coincidentemente, o livro científico mais caro já leiloado também é de Isaac Newton: trata-se da primeira edição do “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”, ou apenas “Principia”, que foi vendido por U$ 3,7 milhões em 2016 para um comprador anônimo.

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