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Em qual idade as crianças deixam de acreditar no Papai Noel?

Pesquisadores analisaram de que forma a verdade sobre o bom velhinho pode impactar crianças – e adultos. Confira.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 22 dez 2023, 17h35 - Publicado em 22 dez 2023, 17h34

Aprendi com Hollywood que o Papai Noel era real e que ele descia por chaminés para entregar os presentes. Sem uma chaminé em casa, sempre me perguntei por onde ele entrava. Até que descobri a verdade: para a alegria do Grinch, o bom velhinho não existe.

Esse é um evento marcante para crianças mundo afora. Mas a verdade é que muitas já desconfiam da existência do Noel antes mesmo de descobrirem a real. E uma pesquisa feita por psicólogos estimou qual idade, em média, isso acontece.

O estudo liderado por Candice Mills, psicóloga da Universidade do Texas, nos EUA, descobriu que as crianças começam a se tornarem mais céticas com relação ao Noel por volta dos oito anos. “Elas geralmente começam a distinguir fantasia da realidade durante os anos pré-escolares, mas sua crença na existência de um único e mágico Papai Noel muitas vezes continua até a infância intermediária”, conta Mills ao jornal britânico The Guardian.

Os pesquisadores entrevistaram 48 crianças, com idade entre seis e 15 anos, seus pais, além de mais 383 adultos. A pesquisa foi publicada como um pre-print no PsyArXiv – ou seja,  ainda não passou pela revisão por pares, outros cientistas da área, que não participaram do estudo – uma importante etapa de validação.

Os resultados apontam que, apesar do processo de descrença começar com oito anos, em média, algumas crianças questionavam antes (com quatro ou cinco); outros, mais tarde, lá pros 15. Não só: os pesquisadores analisaram também o impacto que a quebra da magia tinha na mente dos pequenos.

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Enquanto muitas crianças se sentiam como verdadeiros Sherlock Holmes com a descoberta, outras ficavam um pouco mais decepcionadas. Pelo menos um terço das crianças (e metade dos adultos) disseram ter passado por alguns sentimentos negativos ao descobrirem a verdade. E 10 % dos adultos relataram problemas de confiança com os pais após a mentira. 

Mas sem pânico. A pesquisa mostrou que essa sensação é passageira – e está relacionada com a forma que a descoberta acontece. Aqueles que descobrem de forma muito abrupta, ou que são informados sobre a mentira em uma idade mais avançada, tendem a sofrer um pouquinho a mais.

O que nos leva à pergunta:

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Como dizer a verdade sobre o Papai Noel?

Segundo os pesquisadores, o ideal é ouvir bastante as crianças e se atentar ao nível das perguntas. Exemplo: se as questões são do nível “como o Papai Noel cabe na chaminé?” ou “como é que o trenó dá a volta ao mundo em uma noite?”, pode ser que elas ainda acreditem em algum tipo de magia do bom velhinho. Aí, é melhor ir com calma.

Agora, se as perguntas forem mais diretas, talvez a melhor saída seja perguntar de volta o que eles acham. “Às vezes, pode haver alguma tensão, porque eles querem continuar acreditando na magia, mas também querem saber a verdade”, conta Mills.

Curiosamente, a pesquisa mostrou que mesmo após a descoberta, tanto crianças quanto adultos disseram que continuariam com a tradição do Papai Noel com seus próprios filhos no futuro. Nada como o tal espírito natalino. Feliz Natal!

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