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Indústria indiana de aço pode atrapalhar luta contra o aquecimento global

O país pretende expandir radicalmente sua produção de aço - mas isso pode lançar enormes quantidades de CO2 na atmosfera. Veja por que.

Por Ramana Rech
9 jun 2025, 10h00

A indústria do aço é responsável por 11% de todas as emissões globais de CO2. Por isso, ela é uma peça-chave no combate ao aquecimento global. Mas seu futuro irá depender dos rumos do país mais populoso do mundo: a Índia. 

A Índia pretende expandir drasticamente sua produção de aço: de todos os novos projetos desse setor, 40% estão no país. O problema é que boa parte deles irá utilizar carvão. A indústria indiana de aço é altamente dependente de carvão. E, por isso, gera muito CO2 – ela emite até 25% mais desse gás, a cada tonelada de aço produzida, do que a média mundial.

Em 2024, o governo indiano lançou um plano de ação para tornar seu setor de aço mais verde. Mas, por enquanto, o país tem priorizado a expansão da capacidade de produção. E as estratégias para sustentabilidade ficam para trás, como algo a ser aplicado depois que a estrutura já estiver pronta.  

A Agência Internacional de Energia (IEA) estabeleceu uma meta pela qual 37% da produção de aço deve utilizar fornos de arco elétrico (EAFs), que emitem menos gases poluidores, a partir de 2030. O objetivo é combater o aquecimento global. 

O EAF é um método moderno de produção de aço. Ele consiste em fundir sucata utilizando arcos elétricos (grandes descargas de eletricidade). Embora o EAF venha ganhando espaço, o mercado de aço ainda é bastante dominado pela produção a base de carvão – que é utilizado para alimentar as fornalhas das usinas. 

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Segundo a ONG Global Energy Monitor, em 2030 o mundo deverá estar produzindo 36% do aço pelo método de arco elétrico, que é mais limpo. Ou seja, 1 ponto abaixo da meta estabelecida pela IEA. Pode parecer uma diferença pequena, mas equivale a dezenas de milhões de toneladas de CO2 a mais na atmosfera.

A China ainda domina o setor de aço, com 48% da produção mundial. Mas atingiu um platô e deve começar a declinar de forma gradual a partir deste ano, enquanto a Índia ascende. 

“A Índia é agora o termômetro da descarbonização global do setor de aço. Se o país não ampliar seus planos para a produção de aço verde, todo o setor perderá um marco importante”, declarou Astrid Grigsby-Schulte, gerente de projetos da Global Energy Monitor. A meta de carbono zero do país está marcada apenas para 2070. 

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