Os banheiros públicos não são tão perigosos quanto você pensa
As chances de pegar uma doença em um banheiro público são mínimas
Pode desfazer a cara feia e parar de nojinho, os banheiros públicos não são uma ameaça tão grande à saúde – contanto que o seu sistema imunológico funcione bem. Um grupo de cientistas do Laboratório Nacional de Argonne, ligado à Universidade de Chicago, acompanhou o crescimento dos microoganismos em banheiros públicos e descobriu que apesar da imensa quantidade de bactérias que vive por lá – quase 100 mil por centímetro quadrado -, a maioria delas morre. Isso acontece porque, apesar de não parecer muito limpo, o banheiro não é um lugar tão propício quanto parece para a proliferação de germes.
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O estudo mostrou também que a cada puxada de descarga, uma enorme quantidade de bactérias intestinais era dispersada no ambiente. Mas isso não é tão catastrófico assim. “Bactérias entéricas precisam de mais calor que as bactérias da pele, por exemplo, e elas morrem rápido quando expostas ao ambiente fresco, seco e rico em oxigênio típico de um banheiro público”, explica o pesquisador Sean Gibbons.
A maioria dos germes vistos no estudo foram associados à pele, porque são mais resistentes. Durante as oito semanas de pesquisa, 68 a 98% das comunidades de bactérias encontradas nos banheiros eram cutâneas ou vindas de fora dos toaletes. Não é de se surpreender que os maiores focos desse tipo de bactéria estavam em portas, maçanetas, torneiras e saboneteiras. Já os assentos dos vasos e as descargas tinham uma maior concentração de bactérias fecais.
O banheiro da sua casa é tão sujo quanto um banheiro público
Não estamos julgando como você limpa seu banheiro, mas o fato é que os banheiros públicos não têm mais bactérias que o da sua casa. Claro que em alguns locais há germes com potencial para te deixar doente, mas a maioria deles não representa uma ameaça real à saúde – e não é provável pegar uma doença sexualmente transmissível de um banheiro público.
O microbiologista Jack Gilbert, co-autor do estudo, conduziu uma pesquisa parecida com essa em residências e hospitais e notou que os banheiros são os ambientes mais estáveis para proliferação de micróbios. Sendo assim, os organismos que podem crescer por lá têm probabilidades muito baixas de formar grandes colônias e causar uma infecção. “Se você cortar o braço e esfregá-lo no chão, as bactérias do banheiro podem colonizar a ferida e infeccioná-la. Mas de outra forma, você não tem muito o que temer”, brinca Gilbert.
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