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Países pobres investem mais para preservar sua fauna

Segundo um estudo de Oxford, os quatro países que mais dedicam espaço e dinheiro para proteger espécies em risco estão na África Subsaariana

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 Maio 2017, 14h06 - Publicado em 19 Maio 2017, 14h05

Não importa se você não tem dinheiro no bolso – dá para proteger os animais mesmo com pouca grana. Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, descobriram que os países subdesenvolvidos, apesar dos problemas socioeconômicos, contribuem mais com a preservação de espécies em risco de extinção do que os países industrializados.

A pesquisa, feita em parceira com a ONG Panthera, dedicada a preservação de felinos selvagens, se concentrou em mamíferos de grande porte, como elefantes, hipopótamos ou tigres, e avaliou 152 nações. Foram usados três critérios: a parcela do território do país que é ocupada por seus animais típicos, o número de espécies que são protegidas por leis específicas e, é claro, qual porcentagem do PIB é investida na preservação de espécies que estão em risco. No último critério, não importa se o valor investido vai para espécies do próprio país ou para ajudar mamíferos de outros lugares.

Os continentes mais bem avaliados foram as Américas do Norte e Central, em que 90% dos países se dedicam muito mais que a média à preservação da fauna. Em segundo lugar veio a África, em que 70% dos países são exemplos de iniciativa. A classificação de cada continente está disponível no artigo científico, de acesso gratuito.

No top 5 mundial por país, os quatro primeiros lugares são africanos – Botsuana, Namíbia, Tanzânia e Zimbábue. Essas nações não sofrem tanto com violência e conflitos étnicos quanto Somália ou Sudão, por exemplo, mas ainda não alcançaram estabilidade econômica, dependem de agricultura de subsistência e lutam contra a AIDS e outros problemas de saúde pública. Os EUA ficaram em 19º lugar na classificação geral. Os continentes mais mal avaliados, na média, foram Europa e Ásia, embora países como Itália e Suíça dediquem parcelas razoáveis de seus PIBs a esforços de preservação em outros países.

Segundo os pesquisadores, a presença de mamíferos de grande porte no imaginário popular e sua importância econômica ajudam a explicar o fenômeno. Animais como leões, gorilas e elefantes têm um papel importante nos processos ecológicos e na indústria do turismo, dois dos pilares da economia dos países africanos mais pobres. Hoje, 59% dos carnívoros de mais de 15 kg e 60% dos herbívoros com mais de 100 kg estão em risco de extinção.

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“Todo país deve tentar fazer mais para proteger sua vida selvagem”, declarou David Macdonald, um dos autores do estudo. “Nosso índice dá uma medida numérica do desempenho de cada país e estabelece uma referência para as nações que estão abaixo da média desejável. Lugares que historicamente ameaçam suas espécies de grande porte precisam entender quais contribuições mínimas são necessárias, e colaborar com a recuperação.”

 

 

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