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Profissionais idosos não são menos produtivos

Mais um mito sobre a velhice foi desmentido - até os erros que os mais velhos comentem são menos graves que os dos jovens

Por Ingrid Luisa
21 dez 2018, 15h09

A aposentadoria foi algo que deu o que falar em 2018. Mudança na lei, aumento da idade limite, dentre outras polêmicas.

Independente disso, a realidade é que, no mundo inteiro, pessoas mais velhas seguem trabalhando por necessidade – e ainda precisam ouvir questionamentos sobre a forma como a idade impactaria a performance. Uma pesquisa conduzida em 27 países da Europa e em Israel, porém, desmente alguns mitos sobre o impacto do envelhecimento na produtividade dos trabalhadores.

O método da pesquisa é interessante: chamada SHARE (Pesquisa de Saúde, Envelhecimento e Aposentadoria na Europa, na sigla em inglês), feita desde 2004, ela se baseia em longos questionários respondidos pelas mesmas pessoas ao longo de anos. O objetivo é compreender como trabalho, saúde e renda são afetados pelo aumento do número de pessoas com mais de 65 anos.

Como produtividade no trabalho pode ser um dado abstrato para se medir, a depender da função profissional, os pesquisadores levaram em conta observações coletadas pelas próprias empresas sobre os empregados. Durante os 14 anos de pesquisa, já foram analisadas 5 milhões de observações.

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A iniciativa foi do Instituto Max Planck – e nem todas as conclusões são favoráveis aos trabalhadores da terceira idade. Pessoas mais velhas, principalmente em setores como a indústria automotiva, tinham um índice maior de erros cometidos no dia a dia.

No entanto, quando a gravidade dos erros era levada em conta, a desvantagem sumia –  porque, ressalta a pesquisa, os erros cometidos pelos jovens nas mesmas áreas eram muito mais graves. No longo prazo, valia a pena contratar profissionais mais experientes, cujos erros comprometem pouco a própria função.

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Em relação à produtividade, os resultados mostram que ela não diminui por conta do tempo – e pode até aumentar, dependendo da área. Além disso, para os profissionais, se manter trabalhando pode ser interessante até em questão de saúde: os índices de declínio cognitivo eram menores entre os idosos com uma ocupação.

Outra descoberta relevante do estudo refuta um mito bastante repetido, de que idosos no mercado tiram oportunidades dos mais jovens. Segundo a pesquisa, a presença de uma porcentagem maior de trabalhadores da terceira idade não teve relação significativa alguma com a taxa de desemprego entre a população com menos idade.

Focada na Europa, a pesquisa procura soluções para algo que já é problemas pra eles há bastante tempo: o drástico envelhecimento da população. A estimativa atual diz que, na metade do século XXI, 28% da população europeia terá mais de 65 anos. Mas o Brasil não está muito melhor: previsões afirmam que a população com mais de 60 anos vai triplicar até 2050, chegando a 29,3%, segundo o IBGE.

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Ao todo, a SHARE  já teve sete edições, que contou com 350 mil entrevistas e 130 mil pessoas, em 39 línguas diferentes – além de 27 mil amostras de sangue coletadas. Mesmo focada em lugares específicos, os pesquisadores ressaltam que é importante se estabelecer comparações internacionais com outras áreas, pois isso pode ajudar na hora de avaliar medidas para setores relevantes como o previdenciário e o trabalhista.

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