Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

Só 11% dos países do mundo têm democracias plenas

Mais da metade das democracias do mundo estão mais frágeis que em 2016 – e a brasileira obteve a pior nota dos últimos 12 anos

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 mar 2018, 12h19 - Publicado em 31 jan 2018, 20h00

2017 não foi um ano fácil para a democracia mundial. Donald Trump espumando ódio no poder, guerra na Síria, Kim Jong-un prometendo armas nucleares, repressões ao referendo de independência da Catalunha, ganho de força de movimentos religiosos extremistas, presidente brasileiro com o menor índice de aprovação em três décadas. Esses são apenas alguns exemplos de como os regimes democráticos estão fragilizados.

Não à toa, apenas 19 países vivem em “democracias plenas” de acordo com o levantamento 2017 Democracry Index, publicado pela revista The Economist.

O ranking escalona, anualmente, 167 países em notas de zero a 10 de acordo com o funcionamento de seus regimes e sistemas políticos vigentes. Essa edição do levantamento obteve o pior declínio na democracia global dos últimos anos – 89 nações receberam pontuações menores que em 2016. Apenas 27 países registraram melhora e 51 tiveram seus índices estagnados.

Quase um terço da população mundial vive em um regime autoritário, sendo a China a grande responsável por essa infeliz concentração. Na divulgação do estudo, a Economist salienta que a liberdade de expressão e a de imprensa está sofrendo repressões do Estado e sendo desafiada também por atores não-estatais. Dado o perigo que essas intervenções à manutenção das democracias, “Free speech under attack” (“discurso livre sob ataque”, em livre tradução) é o título do relatório deste ano. O relatório atual apresenta pela primeira vez um espaço único destinado à liberdade de imprensa, o Media Freedom Index.

Continua após a publicidade

A Unidade de Inteligência da publicação (departamento responsável pelo estudo) usou cinco critérios para avaliar a qualidade das democracias: processo eleitoral (nível de justiça, liberdade e pluralidade das eleições); funcionamento do governo (honestidade e eficácia com questões financeiras); cultura política (participação política dos cidadãos e apoio ao governo) e liberdades civis (liberdade de expressão e de imprensa).

A partir desses cinco critérios, os países receberam notas em 60 indicadores distintos. Então, cada nação foi classificada com um tipo de regime político, sendo eles: democracia plena, democracia com falhas, regime híbrido e regime autoritário.

card
Fonte: The Economist Intelligence Unit (Sophia Fernandez/Superinteressante)
Continua após a publicidade

Os países nórdicos encabeçam, juntamente com a Nova Zelândia, as cinco democracias mais fortes do planeta. Na lanterna, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Chade, Síria e Coreia do Norte são as nações mais autoritárias.
No grupo dos 19 países com democracia plena, o Uruguai se destaca como o único latino-americano na categoria. Nosso vizinho obteve a 18ª posição, à frente da Espanha, com 8,12 de pontuação geral.

Do lado de cá do arroio Chuí, ocupamos a 49ª posição, atrás de países como Argentina, Bulgária, Panamá, Índia e Jamaica. O Brasil recebeu uma média de 6,86 pontos, sendo avaliado como uma democracia com falhas. Nosso processo eleitoral alcançou nota 9,58, seguido de 8,24 pontos para as liberdades civis, a participação política chegou a 6,11 pontos, o funcionamento do governo somou 5,36, e nossa cultura política recebeu nota 5, nosso resultado mais desastroso.

Desde que o relatório começou a ser realizado, em 2006, a pontuação da democracia brasileira nunca esteve tão baixa. Em 2006, 2008 e 2014, atingimos nosso pico: 7,38 pontos. No entanto, até hoje, passadas 12 edições da pesquisa, o Brasil nunca conquistou o “título” de democracia plena.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.