Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Vikings comercializavam bacalhau há pelo menos 1000 anos

Foram eles que inauguraram as primeiras rotas marítimas de transporte de peixe - centenas de anos antes disso virar moda na Europa medieval

Por Guilherme Eler
Atualizado em 15 mar 2019, 18h31 - Publicado em 8 ago 2017, 17h34

Para que Ragnar Lodbrok e seus comparsas se mantivessem focados em fazer a limpa em mosteiros pela Europa, eles precisavam estar devidamente alimentados. Uma vez que as expedições vikings podiam percorrer até milhares de quilômetros (e as pilhagens nem sempre supriam o apetite dos guerreiros), era natural que seus barcos também levassem a iguaria mais popular da região: bacalhau pescado nas águas geladas do Mar da Noruega.

A comida só durava tempo suficiente porque os nórdicos conheciam uma técnica avançada de conservação. Há pelo 1 mil anos, era comum a desidratação das carnes pelo processo de criodessecação natural – método que usa temperaturas bem baixas para tirar toda a água do alimento, fazendo com que ele fique fresco por mais tempo.

Mal sabiam os barbudos que, ao repetir esse seu hábito de viajar abastecidos, fariam nascer o comércio de peixe no norte da Europa. É o que descobriu um estudo de pesquisadores das Universidades de Cambridge e Oslo. Para formular a hipótese, eles analisaram 15 fósseis de bacalhau, datados de 800 a 1066 anos d.C., que estavam espalhados pelas terras do norte. Boa parte dos fragmentos veio do vilarejo de Haithabu, na Alemanha, importante centro portuário do Mar Báltico.

“Haithabu, o lugar onde o norte encontrava o sul, pagãos encontravam cristãos, e aqueles que já tinham moeda própria encontravam quem ainda usava a prata para fazer trocas”, explica James Barret, um dos autores do estudo.

Quando o DNA dos fósseis foi comparado com as amostras atuais do peixe, o parentesco se acusou na hora: os quatro fragmentos encontrados em Haithabu não tinham nada de alemães – vinham, na verdade, das águas do geladas do norte. A origem mais precisa era a costa de Lofoten, arquipélago da Noruega que até hoje se destaca por sua produção pesqueira.

Como os peixes são incapazes de nadar os 2 mil quilômetros que separam os dois pontos, o traslado não poderia ter sido feito por ninguém menos que os próprios vikings, que conheciam a rota de cor e salteado. “Os peixes foram uma das primeiras mercadorias a começar a unir o continente europeu do ponto de vista econômico”, completa Barret. Antes da pesquisa, as primeiras evidências de comércio de peixe no norte da Europa datavam do século 12.

A descoberta ajuda a explicar o quão precoces eram os povos nórdicos – sobretudo no que diz respeito à navegação. Há fortes indícios, por exemplo, de que os vikings desbravaram a América do Norte ainda no século 10 (!).  Sabe-se que, sob o comando do grande explorador Leif Ericson, eles alcançaram a Groenlândia no ano 1000 – um tanto antes de Cristóvão Colombo, que daria as caras no continente só no fim do século 15. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.