A volta ao mundo em 90 segundos: vídeo mostra como avião movido a energia solar atravessou o planeta
Depois de 16 meses, o Solar Impulse 2 foi a primeira aeronave a completar o trajeto usando apenas energia solar - e a equipe divulgou um vídeo incrível da viagem inteira
A volta ao mundo sem combustíveis fósseis: essa era a promessa da equipe que criou o Solar Impulse 2, um avião movido a energia solar. Nesta terça (26), a missão foi cumprida. Depois de 16 meses de problemas técnicos e de uma série incrível de vídeos ao vivo, o Solar Impulse voltou ao ponto de decolagem, em Abu Dhabi – e a equipe liberou um vídeo genial em timelapse, gravado com uma GoPro, da viagem inteira:
O trajeto foi longo: foram 16 paradas em sete países diferentes – Emirados Árabes, Oman, Índia, China, Japão, Estados Unidos e algum lugar entre o sul da Europa e o Norte da África. Tudo começou em março de 2015, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. De lá, o avião, idealizado pela Escola Politécnica Federal de Lausana (Suíça), seguiu na direção do Oriente até alcançar o Japão. Ali, aeronave precisou enfrentar seu maior desafio até então: atravessar um oceano, feito inédito para um veículo sem combustível. Demorou, mas deu certo – o Solar Impulse levou 5 dias e 5 noites para voar até o Havaí, e continuou, aos poucos, até chegar ao ponto de partida, às 4h da madrugada de ontem, no horário local.
A viagem foi todinha registrada em vídeos ao vivo, postados pela equipe no Youtube, e por um diário de bordo que também era compartilhado online, no site do Solar Impulse – onde também há mapas interativos, dados sobre o trajeto e algumas pequenas reportagens. As redes sociais não ficaram do fora: esse conteúdo era compartilhado no Twitter, no Facebook e no Snapchat, acompanhado pela hashtag #futureisclean (algo como #ofuturoéimpo).
LEIA: Avião solar dá a volta ao mundo – e você pode assistir ao vivo
Não foi fácil dar a volta ao mundo sem combustível. Para começar, o avião era bastante lento, e só alcançava uma velocidade máxima de 80 km/h, menor que a de um carro numa rodovia. Além disso, o equipamento era frágil: depois de atravessar o oceano pacífico, em junho, as baterias pifaram, por causa do excesso de calor. O conserto só acabou em agosto, quando começa o inverno no Hemisfério Norte, estação com dias mais curtos – o que significa menos energia para o avião. Por isso, a viagem foi adiada até 21 de abril deste ano, quando o avião finalmente saiu do Havaí e pousou na região do Vale do Silício.
E tem mais: a aeronave só tinha lugar para um piloto, função revezada pelo CEO da Solar Impulse, André Borschberg, e por Bertrand Piccard (o primeiro cara a dar a volta ao mundo de balão, em 1999). Como se a solidão não bastasse, não era fácil dirigir o avião, porque a cabine não tinha pressurização – e nem aquecimento.
Felizmente, deu tudo certo, e o feito abre espaço para mais pesquisas na área da aviação com energia solar. É isso que os pioneiros suíços estão querendo agora: estudar e melhorar cada vez mais essa forma de energia para, quem sabe num futuro próximo, substituir de vez os combustíveis fósseis – e poluentes – pela energia limpa.