Carro semiautônomo da Uber atropela e mata mulher no Arizona
Veículo não detectou presença de pedestre, que morreu no hospital. Companhia suspendeu os testes com carros autônomos
Há quase um ano, a Uber tirou do papel o sonho de colocar carros autônomos nas ruas. E tudo caminhava razoavelmente bem – até a noite deste domingo. Ao atravessar uma avenida em Tempe, no estado do Arizona (EUA), Elaine Herzberg, de 49 anos foi atropelada por um Volvo XC90 autônomo e morreu pouco depois no hospital.
Como de praxe, havia um motorista auxiliar ao volante – o modelo é semiautônomo e humanos podem intervir a qualquer momento na direção –, mas ele não conseguiu agir a tempo. Ainda não se sabe qual falha causou o acidente, já que os sensores do carro deveriam ter detectado a presença da mulher, que atravessava fora da faixa de pedestres, e acionado os freios. Em pronunciamento oficial, a Uber lamentou a morte e disse estar “cooperando com a Polícia e as autoridades locais que investigam o incidente”.
Todos os carros autônomos que circulavam em Tempe, Pittsburgh, Phoenix, São Francisco e Toronto (Canadá) saíram de circulação.
Não é a primeira vez que a companhia decide suspender o uso desses modelos. Em março do ano passado, um desses veículos tombou após colidir com outro carro – quem errou, naquele caso, foi o outro motorista, que não deu preferência ao Volvo da Uber. Ninguém se machucou no acidente. Três dias depois, a Uber colocou seus veículos de volta à rua.
Também não é a primeira vítima fatal de um carro autônomo. Em maio de 2016, Joshua Brown, de 45 anos, faleceu na Flórida após seu Tesla Model S bater em um caminhão que cruzava a rodovia. Na época, a Tesla informou que as luzes refletidas pelo caminhão haviam confundido as câmeras e sensores do sedã, que interpretaram o veículo como parte do céu. E recomendou a todos os motoristas: mantenham sempre as mãos ao volante e os olhos na pista.
Não à toa, ainda que despertem interesse, os carros autônomos e semiautônomos ainda geram um pouco de receio. Uma pesquisa conduzida pelo Fórum Econômico Mundial e pela Boston Consulting Group com 5.500 entrevistados apontou que só 35% colocariam seus filhos em um desses carros – ainda que a maioria deles (69%) toparia se aventurar nessa experiência.