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Cientistas do MIT criam material que absorve 99,995% da luz

Tecnologia garante uma cobertura 10 vezes mais escura do que qualquer outra já criada. Veja vídeo.

Por Guilherme Eler
20 set 2019, 20h33

Quem acompanha a SUPER há mais tempo talvez se lembre do Vantablack, pigmento desenvolvido pela empresa inglesa Surrey NanoSystems em 2014. Na primeira vez que a tecnologia deu às caras por aqui, há dois anos, ela foi apresentada como “substância mais escura que existe”.

Como você poderá ver logo mais, não era apenas força de expressão: pode não parecer, mas a estátua abaixo não foi recortada de forma tosca em algum software de edição de imagens. Ela é naturalmente preta desse jeito, graças à cobertura em spray do Vantablack.

Impressionante, não? Como dá para ver neste vídeo, que mostra um estádio da Coreia do Sul coberto pela tinta especial, a capacidade absurda da Vantablack de absorver a luz solar faz que tudo ganhe um aspecto 2D. O pigmento é capaz de reter 99,965% dos raios solares, e chegou a ser utilizado para eliminar reflexos nas lentes de telescópios e satélites de monitoramento.

A novidade é que pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia do Massachussets), nos EUA, assinam uma criação que promete desbancar qualquer outra substância ultra-escura, como o Vantablack. O material em questão é 10 vezes mais preto do que qualquer outro já criado, defendem os cientistas, freando até 99,995% da luz.

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A ideia da invenção é mais ou menos a mesma: usar milhões de nanotubos de carbono, alinhandos bem próximos uns dos outros – como se fosse uma floresta ultra densa e fechada. Os raios de luz ficam presos entre nanotubos e, assim, não conseguem sair, o que garante ao objeto pintado um aspecto incrivelmente escuro. A energia luminosa dos raios solares é convertida em calor, o que resulta nesse preto extremo.

A principal diferença é que a cobertura desenvolvida no MIT une essas nanoestruturas de carbono à uma camada ultrafina de alumínio – um material condutor elétrico com certa eficiência – enriquecida com cloreto de sódio. 

A ideia foi colocada em prática em grande estilo. A primeira aplicação de destaque foi um diamante amarelo de 16.78 quilates, com valor estimado em US$ 2 milhões. Ele foi coberto com o pigmento criado no MIT e colocado na exposição de arte “Redemption of vanity, aberta ao público em Nova York até 25 de novembro. O resultado é que a gema, normalmente reluzente, parece ser um espaço escuro e vazio, como dá para ver no vídeo abaixo.

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“Há diversas aplicações científicas para materiais ultra escuros, em campos como a óptica e ciência espacial”, disse Brian Wardle, professor do MIT que ajudou a organizar a exposição do diamante, em comunicado.

“Nosso material é 10 vezes mais escuro que qualquer outra coisa já existente, mas acredito que atingir o ‘preto mais preto do mundo’ é uma missão que está sempre a um passo de distância. Alguém irá descobrir um material ainda mais escuro, e eventualmente iremos entender os mecanismos que o envolvem, e, assim, estaremos aptos a criar o preto definitivo”, disse. Considerando que o material criado no MIT só deixa passar 0,005% da luz que recebe, dá para dizer que a ciência está perto como nunca de conseguir esse feito.

A pesquisa que descreve o novo material foi publicada na revista científica ACS applied materials and interfaces.

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