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Feitos para espiar

As máquinas e os dispositivos mais célebres do serviço secreto

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 12 mar 2011, 22h00

Texto Leandro Narloch

Olhos e asas
Em maio de 1960, um avião americano U-2, que espionava e fotografava o território soviético e suas instalações militares, foi abatido pelos comunistas. O caso gerou um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria e provou que os U-2 já não eram à prova de radares como até então se pensava. Para substituí-lo, a CIA encomendou o projeto de um novo avião de reconhecimento, o A-12 acima, hoje exposto em frente à sede da agência. Em quase toda a década de 1960, o A-12 foi usado sobretudo para ações secretas na Ásia – na Guerra do Vietnã e na Coreia do Norte.

A máquina de enigmas
A partir do fim da 1a Guerra Mundial, mais de 100 mil máquinas de criptografar mensagens foram criadas pelos EUA e pelos países europeus. Tinham geralmente o mesmo modo de funcionamento: um teclado e um sistema elétrico de rotores que trocava, automaticamente, letras e números. A máquina Enigma acima, usada pelos nazistas na 2a Guerra Mundial, foi inventada em 1923. Os americanos só conseguiram decifrar seu sistema 20 anos depois, usando para esse trabalho o Colossus I, simplesmente o primeiro computador da história.

Microtextos
Outro meio de comunicação secreta da Guerra Fria são os microdots, páginas de texto reduzidas centenas de vezes, até ficarem com cerca de 1 milímetro quadrado, prontas para serem inseridas sob selos e no meio de cartões postais. Para reduzir as mensagens, os agentes usavam a câmera ao lado. Para ampliá-las, valiam-se de equipamentos óticos ou pequenas lentes. Em 1960, uma colaboradora da CIA, em Hong Kong, passou pela fronteira chinesa escondendo as lentes no estômago de peixes. Nem sempre os microdots deram certo: tão pequenos, enganavam até seus destinatários.

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Moeda oca
Em 1953, um garoto que entregava jornais em Nova York ganhou de troco uma moeda que parecia leve demais. Ao jogá-la no chão, ela se abriu, revelando um pequeno microfilme. O objeto foi entregue ao FBI, que descobriu no filme uma tabela com 207 números de 5 dígitos. Somente décadas depois, com a ajuda de agentes da KGB que colaboraram com os americanos, soube-se que se tratava de uma mensagem de instruções ao espião Reino Häyhänen. Esse equipamento é usado ainda hoje. Em 2007, a CIA alertou ter encontrado 3 moedas ocas que escondiam minúsculos radiotransmissores.

Estacas de silêncio
Uma dificuldade dos agentes secretos de diversas épocas foi achar meios para transmitir mensagens, filmes fotográficos, gravações, dinheiro, mapas e outros objetos sem necessitar de encontros pessoais. A forma mais comum de resolver esse problema foi escondendo as mensagens em buracos na parede, árvores ou em objetos do dia a dia, como livros, canetas, tijolos e pedras. A estaca acima foi usada pela CIA nos anos 60. À prova d’água, poderia ser enterrada no fundo de córregos e em gramados.

Beijo da morte
Em 1965, os policiais que faziam a guarda da fronteira ocidental da Alemanha encontraram um estranho objeto: um elegante batom que escondia uma pistola de 4,5 milímetros. A arma, criada pela KGB para servir a suas agentes secretas, era capaz de disparar apenas um tiro. Dispositivos semelhantes foram instalados também na maçaneta de portas e em guarda-chuvas. Em 1978, um guarda-chuva munido de um sistema pneumático de disparo foi usado no assassinato do dissidente búlgaro Georgi Markov, em uma das pontes do rio Tâmisa, em Londres.

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Quebra-galho
Durante a Guerra Fria, era possível assistir, em cidades do Leste Europeu, à cena de um jovem diplomata conversando com uma árvore ou com a parede de uma esquina. Não se tratava de um louco, mas de um agente secreto dando informações, via rádio, para seus superiores. Ao criar a tecnologia de escutas ambientais, os técnicos perceberam que o sistema também poderia funcionar como um canal aberto aos espiões. O dispositivo acima, criado pela CIA na década de 1970, era alimentado por energia solar e transmitia os dados via satélite.

Código-fonte
Um modo artesanal de criptografar textos consiste em representar letras com números. Primeiro, os espiões trocam cada letra por seu número correspondente: A-0, B-1, C-2 etc. Depois, somam aos números um algoritmo secreto. A mensagem só é decifrada por quem conhece o código. A cada vez que o algoritmo é usado, fica mais fácil quebrá-lo. Na 2a Guerra, os russos usaram o mesmo algoritmo diversas vezes, entregando muitas mensagens aos americanos. (Tente decifrar um código desses na página 66.)

Calcanhar de aquiles
O sapato acima foi usado pela KGB para monitorar conversas de alvos e também de seus próprios agentes, para assegurar-se de que eles não estavam colaborando com os americanos ou outra agência de inteligência internacional. O equipamento é formado por um microfone, uma bateria e um radiotransmissor, pequenos o suficiente para caber no salto do sapato. Geralmente, era instalado por alguém próximo da pessoa a ser monitorada ou por empregados domésticos. Quando dava certo, o sapato-microfone entregava até mesmo conversas íntimas do alvo.

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Pombo-fotógrafo
Pombos são amigos antigos dos espiões, já que possuem a habilidade de viajar a um local determinado e voltar ao ponto de origem mesmo debaixo de trovões ou bombas. Na 1a Guerra Mundial, câmeras foram acopladas a esses animais para fotografar detalhes das trincheiras inimigas. Voando muito mais baixo que aviões, as pombas conseguiam chegar perto do alvo enquanto a pequena câmera disparava automaticamente.

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