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Maior fabricante de drones tenta impedir ataques do ISIS

Para isso, limitou o uso de seus produtos na Síria e Iraque, regiões de ampla atuação do grupo terrorista

Por Guilherme Eler
Atualizado em 4 Maio 2017, 16h49 - Publicado em 4 Maio 2017, 16h41

Comprar um drone não significa adquirir uma licença para sair pilotando de qualquer jeito por aí: há algumas regras básicas que garantem que os usuários não colocarão em risco a integridade de outras pessoas. No Brasil por exemplo, onde o uso comercial foi aprovado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) nesta semana, voar acima dos 120 metros já requer autorização obtida junto à Anac.

Esse tipo de regulação também é adotada lá fora. No site da DJI, empresa chinesa que domina o mercado mundial de drones comerciais, há um mapa em que estão listadas “zonas especiais”, onde o uso dos veículos não é permitido. Passar perto de regiões de aeroportos e áreas militares, por exemplo, não é permitido – o software do drone simplesmente impede que ele voe até lá.

Esse controle, no entanto, ganhou novo tom recentemente. Tudo por conta da tentativa da empresa de impedir aplicações nocivas dos drones – como seu uso em práticas terroristas. Existe o receio de que venham a ser usados pelo Estado Islâmico, já que são rápidos, baratos e podem ser guiados a longas distâncias (há modelos com alcance de até 7 km). Isso fez a DJI criar mais uma “zona especial”, onde seus drones não podem voar livremente: os territórios da Síria e do Iraque. Só que, nesse caso, não estamos falando de aeroportos ou zonas militares; trata-se dos países inteiros.

Recentemente, o Estado Islâmico publicou na internet um vídeo que supostamente mostra drones sendo usados para lançar explosivos. Por isso, a empresa chinesa decidiu aprimorar a prática do “geofencing”. Ela consiste em fazer alterações no software das máquinas, e assim torná-las incapazes de sobrevoar determinados lugares. Tirar os veículos não-tripulados da marca da Síria e do Iraque, significa dificultar bombardeios com drones onde o grupo extremista mais atua.

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Analisando exclusivamente a imagem da empresa, faz sentido a marca querer se afastar desse uso polêmico. A medida, porém, interfere também no direito de uso de que quem compra o produto. Não é como se carros ou motos fossem programados para simplesmente não acessarem essa ou aquela região, por exemplo. Tanto quem faz uso recreativo como quem enxerga nos drones uma arma de destruição em massa acabariam sendo impactados, e limitados a certas áreas de voo.

“Estou certo de que perderemos negócios por conta disso. Há pessoas que compraram drones de outras empresas porque simplesmente não querem que um sistema as diga onde elas podem ou não voar”, declarou Adam Lisberg, diretor de comunicações da empresa, ao site Motherboard.

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De acordo com Linsberg, a técnica teria sido criada originalmente para funcionar como uma espécie de aviso aos pilotos. Ao estarem adentrando uma região em que não se pode fazer uso de drones, os usuários receberiam um aviso – o que não os impedia de ignorar e prosseguir com a viagem. O representante afirma que a empresa tem o hábito de analisar as requisições dos usuários, para acessarem áreas em que o voo é regulado pela empresa.

Esse mecanismo pode ser driblado sem grandes dificuldades por quem usa. Basta desligar o modo GPS, não atualizar o software para versões mais recentes, ou arrumar um chip que bloqueia a intromissão, também encontrado facilmente na internet – e assim, sobrevoar qualquer lugar desejado.

No fim das contas, a responsabilidade acaba nas mãos do próprio usuário. Isso porque o uso, civil ou militar, dificilmente será controlado na totalidade, independentemente das limitações criadas. Não que o Estado Islâmico seja também o maior fã de regras seguidas assim, tão à risca.

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