Nosso diretor de arte saiu pelo Centro de São Paulo esta madrugada para caçar Pokémons
O DJ Fabrício Miranda, diretor de arte da SUPER, levou um susto de manhã cedo. E saiu para caçar.
O alarme soou na redação da SUPER às 8:53 da manhã. Quer dizer, soou no nosso grupo de WhatsApp, que àquela hora aqueles entre nós que já haviam acordado não tinham nem escovado os dentes. Fabrício Miranda, nosso diretor de arte hipster (este é o nome do cargo que ele ocupa), foi quem postou o furo: “Pokemón valendo”.
Rápida no teclado, nossa intrépida editora Karin Hueck respondeu com uma imagem:
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É o filho dela, tem 6 meses, ainda amamenta. Por algum motivo, Karin não tem compartilhado o entusiasmo do resto da redação com o Pokémon Go, que vai desembarcar no Brasil a qualquer momento (a data exata é mantida em segredo pela Nintendo). Vai entender.
Mas enfim, de volta ao furo jornalístico.
Fabrício havia baixado o Pokémon Go em seu celular dias antes, por meio de uma conta americana que ele tem no iTunes, para dar acesso a um catálogo de filmes maior. Até então, o aplicativo só lhe havia trazido frustração. A cada vez que nosso diretor de arte clicava no ícone, recebia dele uma resposta fria: a tela vazia, a mensagem informando que o servidor não funcionava naquela área.
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Pois naquela manhã foi diferente. Quando abriu o aplicativo, Fabrício prendeu a respiração com o susto. O jogo havia começado a funcionar.
Mais que isso, havia um legítimo Bulbasauro, o monstro de bolso número 1, do lado de fora de sua janela. Quer dizer, não é que o híbrido de dinossauro com cabeça de alho estivesse de verdade andando pelas calçadas do bairro paulistano do Bixiga. Mas sim, ele estava, é o que dizia o sistema de localização do celular do Fabrício.
“Gente, depois de tantos anos, eu vou capturar pokémons”, disse por WhatsApp o repórter Felipe Germano, 23 anos, que se apresentou à reunião de pauta e pôs-se a pesquisar. As memórias afetivas da infância de Germano estão permeadas de bichinhos japoneses incompreensíveis para os adultos a sua volta (como eu).
Nosso diretor de arte não tinha tempo a perder. Como todos sabem (não?), o Bulbasauro é o primeiro de uma longa lista que já chegou a 721 fofos personagens colecionáveis. Além disso, o alho que ele carrega nas costas é verde e tem a capacidade de fazer fotossíntese, fornecendo energia solar para o dinossauro, o que poderia ser muito prático em caso de asteroide. Tenho dificuldades de separar ficção de realidade a essa hora da manhã.
Fabrício apontou o celular para Bulbasauro, pela janela mesmo.
E capturou-o.
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Ciente da sua missão de informar você, nosso diretor de arte hipster saiu para caçar. Apertou as coleiras nos seus dois fox-paulistinhas e foi para a rua vasculhar o Centro de São Paulo (aproveitaria para que os cachorros fizessem xixi).
Mas… Onde eles estão, diabos?
O Centro de São Paulo se mostrava na tela do celular, com a Praça Roosevelt em primeiro plano. Mas nem sinal dos animaizinhos inventados por um empresário de Tóquio que havia colecionado insetos na infância e que queria dar às crianças japonesas dos anos 1990 uma diversão parecida, via Game Boy, um videogame de bolso. “Isso está mais vazio que o meu Tinder”, declarou o diretor de arte.
Fabrício ficou arrasado, no frio melancólico de São Paulo.
A essa altura Germano já havia escrito o texto sobre o lançamento que não houve.
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Acontece, Germano, mas o momento chegará. O mapa já apareceu num celular no Brasil, os servidores já deram sinal de vida. Quando os bichinhos chegarem, estaremos prontos.
E, enquanto eles não chegam, a repórter Ana Carolina Leonardi arruma as malas. Ela embarca hoje à noite para Los Angeles. Se o lançamento no Brasil demorar mais que um dia, vamos capturar pokémons na Califórnia.
Essa cobertura é importantíssima. A reportagem especial, com uma análise profunda dos gastos de cada um dos deputados e senadores em Brasília (que aparece numa foto mais acima nesta página, por trás do celular do Fabrício), pode esperar.