Novos planetas na Via Láctea
Astrônomos que divulgaram a notícia da existência de um novo planeta na constelação de Sagitário se retrataram após refazer seus cálculos.
Os astrônomos estão agitados, nos últimos meses. Antes de mais nada, porque não existe o planeta supostamente encontrado no ano passado em torno do pulsar PSR 1829-10, situado na constelação e Sagitário, a 30000 anos-luz da Terra (um ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros). A notícia havia causado impacto porque os pulsares são estrelas superdensas, formadas depois que um astro comum implode, ao fim de seu ciclo vital; era difícil imaginar como planeta sobreviveria em ambiente tão hostil. Em todo caso, o anunciado planeta seria o primeiro localizado fora do sistema solar (SUPERINTERESSANTE, ano 5, número 10). Para surpresa geral, porém, os autores da possível proeza, liderados pelo inglês Andrew Lyne, se retrataram após refazer os cálculos. Eles haviam medido um suspeito vai-e-vem na posição do pulsar, como se um planeta, girando à volta do pulsar, o puxasse de um lado para o outro. Na verdade, esclareceu Lyne, o vai-e-vem refletia a mudança de posição da própria Terra ao passar de um lado para outro do Sol, no decorrer do ano. Apesar do final frustrante, nesse primeiro round, o método de Lyne levou, no meio tempo, à identificação de um novo pulsar oscilante, sacudindo pela atração de no mínimo dois planetas. Designado pela sigla PSR 1257+12, o astro situa-se na constelação de Virgem, a 1600 anos-luz, e está sendo estudado pelos americanos Aleksander Wolszczan e Dale Frail. Dessa vez, acredita-se, não há erro: a oscilação do pulsar é tão complexa que não poderia ser confundida com os movimentos da Terra.