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O século da informática

Uma máquina imita a inteligência humana e muda toda a tecnologia do final do século.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 out 1999, 22h00

O Eniac, de 1946, o primeiro computador eletrônico a entrar em funcionamento, era um monstro de 30 toneladas, 18 000 válvulas e 6 000 interruptores. Tudo isso para fazer 5 000 operações por segundo, tarefa fácil para uma calculadora de bolso atual. Os primeiros computadores, como o Eniac e o Mark, nos Estados Unidos, e o Colossus, na Inglaterra, eram enormes trambolhos. Ocupavam andares inteiros, quebravam com freqüência e eram caríssimos – o Eniac custou 400 000 dólares, o equivalente ao valor de uma mansão.

O ponto de partida para a construção dessas máquinas pioneiras está nas idéias do matemático inglês Alan Turing (1912-1954), que merecidamente leva o título de “pai” dos computadores. Em 1937, ele detalhou teoricamente como seria um computador universal, a chamada Máquina de Turing, capaz de solucionar qualquer problema matemático, desde que instruída por códigos elementares.

Mas o computador moderno só surgiu quando o húngaro naturalizado americano John von Neumann (1903-1957) resolveu se dedicar ao assunto e, em 1946, estabeleceu as bases teóricas do computador digital, no qual a informação seria armazenada na forma de “uns” e “zeros”, que correspondiam às ordens de ligar ou desligar cada um dos milhões de circuitos eletrônicos. Muitas empresas, como a IBM, não acreditaram que a informática iria invadir os lares. Porém, em 1975, os computadores pessoais surgiram, ainda que lentos e desajeitados. Em 25 anos, ocuparam de tal modo o cotidiano que não mais saberíamos viver sem eles.

Quando o físico

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E engenheiro inglês Tim Berners-Lee pensou em organizar direito sua agenda, teve a ambiciosa idéia de criar para ela uma linguagem simples e a chance de mostrá-la em uma rede de computadores que já estava em ação desde fins dos anos 60, a Internet. Surgiu então, em 1991, a World Wide Web (WWW), na qual, hoje, estão plugados cerca de 150 milhões de seres humanos, dos quais 8 milhões no Brasil.

Império dos nerds

“Nerd” (o aficionado em computadores) já foi sinônimo de sujeito chato e sem o menor charme. Mas o americano William (Bill) Gates, atualmente com 44 anos, resgatou a cultura nerd e a promoveu ao que há de mais avançado no planeta. Em meados dos anos 70, Gates teve uma intuição genial: o futuro da informática não está no hardware (a máquina em si), mas no software (os programas). De que serve um computador superpotente se você não sabe como lidar com ele? Investiu tudo na Microsoft, que se tornou a maior empresa de software do mundo. Criou programas como o DOS, o Windows e, na era da Internet, o Explorer. Gates foi o primeiro a acreditar que o computador poderia se tornar um objeto doméstico, sem demandar conhecimentos técnicos de seus usuários. A idéia deu certo. A popularização da informática fez dele o homem mais rico deste final de século.

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Informações impressas em silício

Em 1907, surgiram as válvulas. Quarenta anos depois, o transistor, que possibilitaria a miniaturização de tudo o que as usasse, de rádios a computadores. A função de um transistor é captar sinais elétricos fracos e amplificá-los. Os transistores dos físicos John Bardeen, Walter Brattain (1902-1987) e William Shockley (1910-1989) eram pequenos e podiam ser construídos com facilidade a partir do silício, um elemento barato e abundante na natureza. Em 1959, as vendas de transistores ultrapassaram as das válvulas. Hoje, são produzidos cerca de 500 milhões no mundo. A cada segundo! Alguns alunos de Shockley fundaram a Intel, a maior fabricante mundial de chips e de microprocessadores – circuitos integrados com memória para armazenar informações (foto). Ou seja, um computador incrustado numa pastilha de silício.

Robôs substituem o braço humano

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Robôs são uma combinação de duas coisas: controle numérico (que fornece instruções para o movimento) e articulações mecânicas (que executam as ordens). Essa soma produziu, nos anos 60, os robôs industriais. Ideais para tarefas repetitivas. Ele melhoram o processo produtivo, mas eliminam mão-de-obra, gerando desemprego.

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