Quem viu se encantou, quem não viu talvez não veja mais. O dilúvio de estrelas cadentes que deixou gente de nariz para cima e olho arregalado em novembro pode não se repetir nos próximos anos. Tudo porque Júpiter está desviando o cometa Tempel-Tuttle, a fonte dos fragmentos que iluminaram o céu no dia 17 de novembro (veja o infográfico à direita). “O Tuttle deve passar cada vez mais longe de nós”, disse à SUPER Daniel Green, da Universidade Harvard. “Isso vai diminuir o número de meteoros.” O que já aconteceu este ano, em comparação com a última passagem do cometa, em 1966. Ainda assim, o espetáculo de novembro foi extraordinário, como mostra a fantástica foto ao lado. Poucas vezes se vêem tantos meteoros numa única chapa. São 25, ao todo. Ela foi tirada pelo fotógrafo Rodrigo Prates Campos, do Laboratório Nacional de Astrofísica, em Itajubá, Minas Gerais. A SUPER conseguiu o flagrante com exclusividade para você.
Quantos você vê?
Os astrônomos enxergam nesta foto 25 meteoros. Teste seu olho. Atenção: eles não são os riscos maiores, paralelos entre si. Esses são rastros de luz das estrelas que apareceram porque a chapa fotográfica ficou exposta por 45 minutos. Enquanto isso, a Terra girou e os astros mudaram de posição no céu. Os meteoros são os traços menores.
Estrada de poeira
Veja como o cometa produziu a chuva de meteoros.
Dezembro de 1997
O Tempel-Tuttle se aproximou da Terra e do Sol, como acontece a cada 33 anos.
Fevereiro de 1998
Feito de gelo e poeira, ele se desmanchou sob o calor e deixou um rastro de grãos de pó.
Novembro de 1998
A Terra atravessou os resíduos, que se queimaram no choque com o ar. Foi um show.