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Para ver as galáxias nascendo

Os supertelescópios que o Brasil está ajudando a construir verão a primeira infância do Universo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 mar 1997, 22h00

João Steiner

O Brasil participa atualmente da construção de dois supertelescópios, cada um deles com 8 metros de diâmetro, que prometem revelar grandes novidades sobre o Universo. Trata-se do Projeto Gemini, que prevê a instalação de um supertelescópio no Havaí e outro nos Andes chilenos. Ainda em construção, o primeiro deve ficar pronto no final de 1998 e o outro, um ano mais tarde.

Seis países financiam o projeto: Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Chile, Argentina e Brasil. Sob o patrocínio do Ministério da Ciência e da Tecnologia, por intermédio do CNPq, o Conselho Nacional de Pes-quisas, nossa contribuição vai ser de 2,5% do custo total, que é 184 milhões de dólares. A parte que nos cabe parece modesta, mas ela representa um salto sem precedentes para a comunidade astronômica brasileira.

Esses telescópios pertencem a uma nova geração de instrumentos que incorporam o que de mais moderno existe em termos de tecnologia, e nenhum dos aparelhos atualmente em construção terá melhor qualidade de imagem que os Gemini. Por isso pode-se dizer que terão maior capacidade científica que a do Telescópio Espacial Hubble. Os avanços em relação aos grandes telescópios da geração anterior são basicamente três. Primeiro, os Gemini vão captar quatro vezes mais luz. Segundo, vão ter melhor resolução, isto é, maior capacidade de focalizar. Terceiro, poderão observar na faixa do infravermelho (ou radiação de calor).

O maior progresso vai ser a resolução, que garante melhores imagens. O motivo, muito simples, é que os objetos astronômicos, vistos daqui do chão, aparecem desfocados devido às turbulências da atmosfera. Esse pequeno “defeito” pode ser contornado por meio de uma técnica computadorizada, chamada “óptica adaptativa”. Consiste em deformar com grande rapidez um dos espelhos do telescópio, compensando os efeitos da turbulência.

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Sabemos que algumas questões científicas fundamentais só poderão ser pesquisadas por telescópios que incorporem novas tecnologias. A história mostra que a renovação tecnológica geralmente leva à solução de velhas questões e coloca novas perguntas. A idade precisa do Universo é um antigo desafio que pode ser vencido com os novos instrumentos. Outro dilema palpitante é a origem e formação das galáxias. Nós habitamos uma galáxia e sabemos que existem dezenas de bilhões delas espalhadas pelo Universo afora. Mas quando e como elas nasceram, durante a infância do Cosmo, nós não sabemos ao certo.

Maiores telescópios, com melhor resolução e também com capacidade para observar radiação infravermelha, como é o caso dos Gemini, podem fazer avançar a fronteira do conhecimento astronômico.

João Steiner é vice-diretor do Instituto Astronômico e Geofísico da USP e vice-presidente do Projeto Gemini

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