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Supermercado colhe verduras plantadas na própria loja

Verduras e temperos são cultivados dentro do supermercado - nas próprias prateleiras

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h00 - Publicado em 28 mar 2016, 20h15

Consumidores preocupados com sustentabilidade e consumo consciente preferem alimentos orgânicos, compram de pequenos produtores, escolhem produtos com embalagens menos nocivas ao meio ambiente e torcem o nariz para aqueles que precisaram viajar por horas para chegar às prateleiras. Pensando nisso, um supermercado de Berlim decidiu reduzir a distância entre os clientes e as plantações: e cultivar verduras dentro da própria loja.

O mercado Metro instalou caixas modulares nas prateleiras onde planta verduras, rabanetes e ervas. No micro jardim do supermercado, todo o ambiente é controlado por computador: umidade, temperatura, nutrientes e exposição à luz. Sem terra e com técnicas de hidroponia, as plantas crescem mais rápido, mais fortes e com economia de fertilizantes e água.

E a safra farta impressiona. De acordo com um de seus criadores, Erez Galonska, em uma bandeja de um metro quadrado é possível produzir de quatro a seis plantas por dia durante um ano – a colheita equivale ao dobro do esperado para uma estufa tradicional.

A empresa de design responsável pelo projeto, batizado de Infarm, afirma que, pelo bom aproveitamento de espaço, o método pode baratear a agricultura vertical.

Na maioria das estufas tradicionais, cada estágio de crescimento da planta acontece em um local diferente, e isso exige escala para que a plantação seja econômica e eficiente. No Infarm, todas as etapas acontecem no mesmo lugar.

“Se você olhar para o nosso sistema, vai ver um mar verde. Não há perda de espaço nem desperdício de energia”, afirma o cofundador do Infarm, Guy Galonska.

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Os criadores da horta futurista acreditam que o cultivo indoor de alimentos é a chave para diminuir a quantidade de dióxido de carbono na Terra. Eles se apoiam em um estudo da Universidade de Columbia que defende que se todas as cidades do mundo produzissem 10% de seus alimentos em locais fechados, seria possível “devolver” 880 mil km² de área às florestas (aproximadamente 16% do tamanho da amazônia) e, com isso, reduzir o dióxido de carbono da atmosfera ao nível que era em 1980.

 

 

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Vantagens da alface de prateleira

As verduras nascidas no interior do mercado foram cultivadas com menos água, não têm pesticidas ou fertilizantes, não passaram por nenhum processo de transporte, armazenamento, refrigeração, nem estão embaladas em sacos plásticos.

Além dessas vantagens ambientais, os produtos são um prato cheio para os chefs que procuram alimentos frescos. E é por isso que o projeto piloto do Infarm está no atacado do Metro, onde os chefs de cozinha da região fazem compras para seus restaurantes.

A empresa também desenvolveu um aplicativo para que os chefs encomendem temperos e ervas especiais que não conseguem encontrar facilmente. A iniciativa serve para que os profissionais acompanhem o crescimento das plantas, tenham novas ideias de pratos e se familiarizem à agricultura vertical.

O futuro do varejo

O projeto piloto do Infarm funciona no Metro há seis meses com ervas e verduras, mas os planos são de adaptar para outros tipos de vegetais. A próxima unidade, por exemplo, será de pimentas e tomates.

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“Nós vemos como essa tecnologia é capaz de fornecer muitas outras coisas, como arroz, soja e certos tipos de frutas. Se a agricultura vertical vai substituir a tradicional? Acho que vai levar algum tempo. Mas em Marte, por exemplo, será apenas vertical” afirma Galonska.

A empresa quer provar que não há limites para o cultivo vertical e que, ao contrário do que se prega em relação a esse tipo de agricultura, é possível cultivar diversas culturas mesmo estando na cidade.

A Infarm pretende adaptar as caixas em diferentes tamanhos para instalar o sistema também no varejo. Há, inclusive, a intenção de começar um modelo business-to-business em que restaurantes, cafés e mercearias cultivem seus próprios produtos. E, no melhor dos cenários, vender essa tecnologia para que as pessoas possam plantar na cozinha de casa. Seria ótimo abrir a gaveta e ter uma horta como a do cozinheiro Nicolas, do filme A espuma dos dias, não é mesmo? 

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