Testemunhas se protegem no escuro
Já a sala das testemunhas é quase escura. Desse jeito, a maior parte da sua luz rebate no espelho e nada passa pelo vidro
?Como funcionam aqueles espelhos que refletem de um lado e são transparentes do outro?
Você já deve ter visto um desses nos filmes policiais, em cenas de interrogatório ou quando a vítima é convidada a reconhecer os suspeitos de um crime. De um lado os policiais e os cidadãos vêem tudo o que acontece do outro, como se fosse um vidro comum. No lado de lá, o criminoso só consegue enxergar sua imagem refletida.
O truque é usar espelhos semitransparentes. “Eles refletem 80% da luz que recebem como um espelho comum, mas deixam passar 20% para o outro lado”, explica o físico Cláudio Furukawa, da Universidade de São Paulo (USP). O ambiente onde ficam os suspeitos é superiluminado, transferindo parte da luminosidade para o lado oposto. Por isso, os policiais podem observar tudo o que acontece lá. Já a sala das testemunhas é quase escura. Desse jeito, a maior parte da sua luz rebate no espelho e nada passa pelo vidro (veja o infográfico). Muitos filmes falham ao retratar a sala das testemunhas bem iluminada. Na verdade ela é sombria.
O vaivém da luz
O segredo é apagar as lâmpadas de um dos lados.
O lado dos suspeitos é iluminado. Vários raios de luz incidem sobre o espelho semitransparente e alguns conseguem ultrapassá-lo, chegando aos olhos das testemunhas, do outro lado.
As testemunhas e os policiais ficam no escuro para reconhecer os suspeitos. Como há pouca luz, o espelho reflete toda a imagem e não deixa que ela alcance o lado oposto.