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O cérebro, na adolescência, diminui – mas também fica mais denso

A neurociência não entendia por que os adolescentes, com cérebros menores que os de adultos, são melhores de raciocínio lógico. A culpa é da densidade

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 Maio 2017, 15h47

É um fato estabelecido que a massa cinzenta do cérebro humano, durante a adolescência, diminui de volume – sim, você entendeu direito, ela passa a ocupar menos espaço físico. Pior ainda é que isso não é mais hipótese ou notícia de jornal: é consenso científico.

Será um complô contra a juventude transviada?

Não. A prova é que essa teoria acaba de ser contestada pelos próprios cientistas. Um estudo publicado em abril no Journal of Neuroscience descobriu que o órgão pode até ficar menor entre os 8 e os 23 anos – mas ele também se torna mais denso, e uma coisa compensa a outra.

Revisão rápida de física do ensino médio: volume é o espaço interno de um ônibus, densidade é quanta gente está apertada lá dentro. O mesmo raciocínio vale para o interior do seu crânio. Em outras palavras, não faz muita diferença se os seus neurônios estão apertados em um canto só ou espalhados em uma sala confortável. O que importa é que eles estão todos lá.

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Essa explicação, tão simples, resolve uma contradição que incomodava a neurociência há algum tempo: se o cérebro diminui de volume, por que o raciocínio lógico de um adolescente, em geral, é mais rápido do que o de uma pessoa mais velha? Dá-lhe densidade.

 

De quebra, mata outra questão anatômica com implicações sociais perigosas: o cérebro das mulheres, na média, realmente ocupa um volume menor que o dos homens – mas a diferença, da mesma forma que ocorre na juventude, é compensada por uma maior concentração de massa cinzenta (e, é bom lembrar, proporcional à diferença no tamanho dos corpos). 

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“Já é muito raro que um estudo solucione sozinho um paradoxo que assombra um campo de pesquisa há décadas – dois então, nem se fala”, afirmou em um anúncio à imprensa Ruben Gur, principal autor do artigo científico. “Agora, quando você ficar confuso com o comportamento de um adolescente, lembre que ele precisa se ajustar a um cérebro que está mudando de tamanho e de composição – ao mesmo tempo em que a obrigação de desempenhar bem as obrigações e ter um comportamento social aceitável só aumentam.”

Para o estudo, foram analisadas 1.189 ressonâncias magnéticas de crianças, pré-adolescentes, adolescentes e universitários voluntários. Segundo os pesquisadores, as décadas de engano servirão de exemplo para que a ciência, no futuro, fique mais esperta e analise todas as variáveis disponíveis na hora de solucionar um problema.

“É preciso analisar várias medidas da estrutura cerebral ao mesmo tempo. O volume e a espessura do córtex sempre receberam mais atenção nos estudos de desenvolvimento do passado, mas a densidade da massa cinzenta pode ser tão importante quanto na hora de prever como o desempenho em uma atividade está associado às características do cérebro.”

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