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Você já foi excluído por um grupo de amigos? A culpa pode ser do formato do seu rosto

Em apenas 2 segundos, as pessoas decidem se te deixar de escanteio em um grupo é boa ou má ideia, com base apenas nos seus traços físicos.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 4 nov 2016, 19h18 - Publicado em 30 ago 2016, 20h15

Quase todo mundo considera que o bullying e a exclusão social são processos muito graves – até quem pratica. Deixar alguém de lado é um processo que gera culpa, então como é que tanta gente faz isso? Segundo a ciência, é porque nós buscamos características negativas no excluído, para ajudar a justificar a exclusão. Se a pessoa pode ser considerada fria e mesquinha ou se não agrega nada ao grupo, deixá-la de escanteio fica mais “aceitável” para o grupo.

Mas a exclusão social não é uma técnica racional, na qual  investigamos todos os fatos para chegar a uma conclusão. Os pesquisadores da Universidade de Basileia acreditam que o processo é bem mais sutil – e que utilizamos pistas não verbais, como o formato do rosto de alguém, para reconhecer quem no grupo pode ser “aceitavelmente” excluído.

Para testar essa hipótese, os cientistas mostraram fotos de rapazes a 480 voluntários por apenas dois segundos. Logo depois, perguntavam qual dos fotografados tinha mais chance de “merecer” ser excluído de um grupo.

A pegadinha é que cada modelo nas fotografias teve seu rosto alterado em quatro versões diferentes. Os pesquisadores queriam saber como dois fatores específicos afetavam a exclusão social: o quanto a pessoa parecia calorosa e o quanto ela parecia competente.

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As fotos acima mostram 4 combinações diferentes de traços atribuídos a pessoas calorosas (olhos grandes, cantos da boca virados para cima), pessoas frias (olhos pequenos, expressão mais dura), incompetência (expressão ingênua e vaga) e competência (expressão alerta).

Os voluntários da pesquisa tendiam a considerar mais aceitável excluir os rapazes que, pelo rosto, pareciam frios e incompetentes. Do ponto de vista do grupo, explicam os psicólogos, são eles o que tem menos a contribuir (pela falta de competência) e é mais difícil criar vínculos com eles (pela frieza).

Mas as pessoas favoritas e com menos chances de serem excluídas não estavam no outro extremo. Os participantes tinham uma resistência enorme a excluir os incompetentes que eram calorosos. É muito provável que essas pessoas passem a impressão de que precisam ser protegidas, por serem bem intencionadas mas ingênuas. Mesmo quando são excluídas, elas tem mais chance de inspirar simpatia de outros grupos – que por sua vez, leva o grupo anterior a ser considerado cruel.

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No meio termo, ficam os competentes, tanto frios quanto calorosos, que inspiram sentimentos bem diferentes. Os dois têm um valor social maior por terem como contribuir para o grupo, mas as pessoas frias tendem a sofrer com a inveja alheia. Já os calorosos vistos como mais capacitados são admirados e geralmente ganham posições de liderança dentro do grupo.

A grande preocupação dos cientistas, porém, é que a maioria das pessoas reage do mesmo jeito a esses formatos de rosto – inclusive quem deveria ajudar numa situação de bullying, como um professor ou adulto responsável.

Assim, se a pessoa já foi excluída e está sozinha e vulnerável, o “incompetente bem intencionado” tem muito mais chances de receber ajuda que o “incompetente antipático” – que pode acabar carregando o impacto emocional do ostracismo por muito tempo. E basta dois segundos para nossa cabeça decidir a que categoria dessas uma pessoa pertence.

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