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O abc do dó-ré-mi: alfabetização musical divertida com o PAM

Um jeito fácil de introduzir pessoas de todas as idades à escrita musical é aplicado em escolas públicas e junto a grupos de adultos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 30 set 1994, 22h00

André Singer

Um método inovador está ensinando crianças e adultos de São Paulo a escrever e ler música sem a tortura dos antigos ditados rítmicos e solfejos decorados. O sistema é divertido e democrático, pois trata-se de aprender cantando, algo que a maioria faz com prazer e sem grande esforço. Partindo da experiência trivial de cantar uma canção, o aluno é induzido, por meio de exercícios simples, a perceber os ritmos e a localização dos sons na escala de notas. Conquistada uma percepção corporal do que está acontecendo na composição, o aluno consegue, com relativa facilidade, traduzir a canção em escrita musical

Apesar de usar técnicas modernas, os autores do PAM (Projeto Alfabetização Musical) não abrem mão de chegar ao final do curso tendo ensinado os alunos a lerem partituras com o mesmo rigor pretendido pelo padrão tradicional. Criado em 1992 por encomenda da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, durante a gestão de Fernando Morais, o PAM nasceu com a intenção de ser a segunda iniciativa brasileira de introduzir, com seriedade, grandes levas de crianças no universo da música. A primeira tentativa foi a de Heitor Villa-Lobos, o maior músico erudito que o país já teve, em 1942.

A novidade está em que, enquanto Villa-Lobos optou pelo folclore como suporte do ensino, o novo método defende a música popular, especialmente a brasileira, como a melhor guia da instrução musical no país. Utilizando gravações especiais de Milton Nascimento, Marisa Monte, Erasmo Carlos, entre outros, os primeiros resultados da idéia foram positivos. Implantado em cerca de 40 escolas da rede estadual, o projeto levou, em dois semestres, crianças de 7 a 9 anos a começarem o uso do pentagrama, aquele conjunto de cinco linhas fixadas pela tradição ocidental, desde a Idade Média, para a escrita da música. O sucesso, por sua vez, despertou o interesse de escolas particulares e grupos de adultos.

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Para adultos o curso é atraente, até mesmo pela rapidez. Com aulas duas vezes por semana torna-se possível ler e escrever, em um ano e meio, por exemplo a maior parte das canções dos Beatles, e uma infinidade de sucessos da MPB. Mas para os criadores do método, três professores e compositores paulistanos, Ricardo Breim, Hermelino Neder e Elisa Zein, o conhecimento da notação musical é apenas um passo para o que eles chamam de “musicalização”: o desenvolvimento de uma sensibilidade estética e formação musical sofisticadas. E ao criar o PAM, estavam seguros de que a musicalização poderia vir a ser um biscoito fino a ser consumido pelo grande público. O que, se depender do ouvido e interesse musical do Brasil, tem tudo para dar certo.

Para saber mais:

O método Braile

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(SUPER número 5, ano 3)

Mozart, a flauta mágica (SUPER número 6, ano 5)

Capoeira: o jeito brasileiro de ir à luta

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(SUPER número 5, ano 10)

1 – Cantar afinado

O primeiro passo é aprender a cantar afinado e no ritmo. Para estabelecer uma comparação, lembre-se que as crianças já chegam à escola falando português, que é a base para o ensino da língua. Mas a alfabetização musical precisa gastar um bom tempo para conseguir que a pessoa entre no tom e mantenha a sintonia com o andamento da canção, que é a base deste método.

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2 – Perceber o pulso

O pulso básico de uma canção é aquele acompanhamento intuitivo que leva você a bater o pé numa certa frequência ao ouvi-la. Para conscientizar-se do pulso básico bata palmas, na mesma freqüência do pé, enquanto canta.

3 – Escrever o ritmo

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Trata-se de perceber o ritmo da melodia, que resulta da duração com que cada sílaba é cantada. Não confunda com o ritmo do acompanhamento (rock, samba, rap etc). Para você perceber o ritmo da melodia procure falar o verso acima dizendo cada sílaba com a duração que ela é cantada. Usando o pulso básico, pode-se escrever o ritmo do verso como está no quadro.

4 – Identificar alturas

Perceba se as sílabas que você está cantando são mais graves ou mais agudas. Uma maneira de se conscientizar dessas alturas é apontar para em uma coluna de números, como a do quadro — que vai do mais grave (1) para o mais agudo (5) — as alturas que você encontra enquanto canta.

5- Escrever as notas

Utilize os números identificados (que correspondem às notas Mi, Fá, Sol, Lá e Si) para escrevê-los na pauta. Ao escrever use as linhas e os espaços alternadamente, de baixo para cima e da esquerda para a direita. De tal forma que a nota 1, (Mi) é escrita na primeira linha, a nota 2 (Fá) no primeiro espaço um pouco à esquerda, e assim por diante.

6 – Fundir tudo

Agora você já está preparado para juntar a notação das alturas com a das durações. Trata-se de escrever os sinais rítmicos do quadro 3 nas linhas e espaços correspondentes às notas encontradas nos passos 4 e 5. O sinal ao lado da nota Fá quer dizer que ela é sustenida, ou seja meio tom acima do Fá natural.

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