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Edwin Hubble

Além de mostrar que o Universo ia além da nossa própria galáxia, o astrônomo americano descobriu que o próprio Cosmo estava em expansão

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h16 - Publicado em 8 mar 2013, 22h00

Quando jovem, ele era mais reconhecido por seus dotes atléticos do que pela capacidade intelectual. Mas estamos falando do cientista que fez ninguém menos que Albert Einstein reconhecer o maior erro de sua vida.

Edwin Hubble (1889-1953) nasceu no Missouri, Estados Unidos, mas passou boa parte de sua vida incomodando os colegas por seus maneirismos britânicos, adquiridos em Oxford. Tão versado na ciência astronômica quanto nos esportes, ele foi pugilista quando jovem e chegou até a treinar o time de basquete de uma escola de ensino médio.

Mas foi ao receber uma oferta de trabalho no Observatório Monte Wilson, na Califórnia, em 1919, que Hubble começou a expandir as fronteiras do Universo.

Até então, imaginava-se que tudo que existia era a Via Láctea, com bilhões de estrelas. Mas, durante observações conduzidas no monte Wilson (então equipado com o maior telescópio do mundo), entre 1922 e 1923, Hubble foi capaz de demonstrar que muitas das manchas conhecidas como nebulosas eram na verdade galáxias, como a própria Via Láctea.

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Num movimento curioso, Hubble publicou primeiro seu achado no jornal americano The New York Times, em novembro de 1924, para só em janeiro de 1925 comunicar formalmente a descoberta à comunidade científica, numa reunião da Sociedade Astronômica Americana.

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EXPANSÃO DE VERDADE

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Até aí, ficou claro que o Universo era muito maior do que antes se imaginava. Mas a verdadeira expansão cuja identificação é atribuída a Hubble veio um pouco mais tarde, em 1929.

O astrônomo percebeu que, quanto mais distante estava uma galáxia observada, mais avermelhada sua luz parecia ser. Nem ele, nem ninguém, pensou que galáxias distantes pudessem ser mesmo vermelhas. O que parecia estar acontecendo é que a própria luz estava se transformando, se distorcendo, com as fre-quências desviando-se para o vermelho.

Isso seria fácil de explicar caso todas as galáxias estivessem se afastando umas das outras. Quanto mais longe elas estavam, mais rápido se distanciavam, aumentando o desvio para o vermelho.

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Esse fenômeno em si já não era tão misterioso. Seria o equivalente luminoso do que acontece com as ondas sonoras. Exemplo clássico: uma ambulância em deslocamento. Quando ela se aproxima de você, o som da sirene parece ter certo tom. Ao ultrapassar e se distanciar, parece que o tom muda. O “desvio para o vermelho” é só a versão ótica deste fenômeno, conhecido como efeito Doppler. Se a coisa está se aproximando, o desvio é para o azul. Se está fugindo, é para o vermelho. As galáxias estavam fugindo.

Só que os desvios observados na luz de galáxias distantes pareciam indicar algo mais que só afastamento. Eles pareciam ser criados pelo fato de que o próprio espaço entre as galáxias estava se esticando. “O próprio Hubble foi surpreendido”, diz Augusto Damineli, astrônomo da USP.

A conclusão de que o espaço estava se expandindo, esparramando mais e mais o conteúdo do Universo, se tornou a primeira evidência concreta de que houve um Big Bang – um começo pequeno e explosivo para o Universo. E consolidou a teoria da relatividade geral em sua versão clássica, formulada em 1915.

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Quando Einstein aplicou sua teoria ao Universo inteiro, em 1917, percebeu que ela só permitia a existência de um Cosmo em expansão ou em contração, mas não estático. O físico alemão tinha um preconceito: para ele, o mundo deveria ser estático e eterno. Por isso, alterou suas equações e introduziu uma “constante cosmológica” a fim de estabilizar o Universo.

Hubble, ao descobrir que o Universo estava em expansão, mostrou que a alteração de Einstein era desnecessária. Reconhecendo a besteira, o alemão assumiu a constante cosmológica como “o maior erro da minha vida”. i

O UNIVER EM EXPANSÃO

1. Hubble observou galáxias distantes e percebeu que, quanto mais longe elas estavam, mais redshift (desvio para o vermelho) sua luz apresentava

2. O astrônomo concluiu que a razão para o desvio só podia ser o esticamento dos comprimentos de onda luminosos ao passar pelo espaço em expansão.

3. Como o próprio espaço se estica, as ondas ficam mais compridas e deslocam-se para a porção vermelha do espectro

4. Hubble usou as observações para calcular a taxa de afastamento das galáxias, o que por sua vez permitiu estimar quando o Universo deveria ter começado.

AUMENTO DO COMPRIMENTO DE ONDA

Imagine que duas galáxias são suas mãos. Entre elas transita uma onda de luz. Quando o espaço entre elas se estica, o comprimento de onda da luz aumenta. Quanto mais esticada, mais vermelha ela fica. Daí o redshift.

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