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Em busca do equinócio, o eixo das estrelas

Comentários sobre a passagem do Sol pelo equador.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h36 - Publicado em 29 fev 1992, 22h00

Augusto Damineli Neto

Em seu movimento diurno, o Sol não faz sempre o mesmo caminho no céu. No próximo dia 20 — uma ocasião muito especial, que só acontece duas vezes por anos —, ele passa sobre a linha do equador. Pode-se verificar isso porque apenas nessa data ele nasce exatamente no leste e se põe no oeste. Tanto que uma fotografia do pôr-do-sol, naquele dia, será uma imagem fiel do ponto cardeal oeste. Outra conseqüência notável é que a duração do dia fica igual à da noite, nessa data, fato que lhe valeu o nome latino equinócio, que significa “noite igual ao dia”. A passagem do Sol pelo equador é tão importante que existe um método milenar para determiná-la, e não só com relação ao horizonte, mas também em um referencial mais universal — as estrelas.

Para isso, é preciso seguir a estrela Aldebaran (veja ilustração). É fácil ver que seu ocaso se dá quase no mesmo ponto que o Sol, indicando que os dois astros estão praticamente sobre a linha leste-oeste. Mas o sol está à frente de Aldebaran: entre termos de tempo, ele se põe 4 horas e 40 minutos antes dela, o que corresponde a um ângulo de 70 graus no céu. È claro que esse ponto, agora está abaixo do horizonte, assim como o Sol. Mas, a partir de julho, o Sol já o terá deixado para trás, e ele poderá ser localizado de madrugada, na marca de 70 graus a oeste de Aldebaran. Trata-se de uma marca abstrata no espaço, denominada ponto gama, a partir da qual são medidas a coordenadas de todos os astros. O momento exato em que o Sol estará passando pelo ponto gama, no dia 20 deste mês, será às 05h48min.

Depois disso, o trajeto do Sol começa a se deslocar para o norte: os dias se encurtam e as noites se alongam, até o solstício de inverno, a 21 de junho, que tem a noite mais longa e o dia mais curto do ano. No retorno do Sol para o sul, os dias voltam a crescer até que, pelo dia 21 de setembro, o Sol passa pelo equador de novo, no equinócio de primavera (o de agora é o equinócio de outono). Enfim, no solstício de verão, em 22 de dezembro, o dia é o mais longo e a noite, a mais curta do ano.

Castor e Pollux, guias dos navegantes

Muitos barcos da Antigüidade voltaram ao porto graças a essas duas estrelas. É que elas formam um par inconfundível: têm a mesma magnitude (1,1) e estão separadas por apenas 5 graus (a largura do polegar projetado contra o céu, tendo o braço bem estendido); a primeira é branca como Sirius e a segunda alaranjada como Aldebaran. Mesmo em meio a borrasca, bastava que um rasgo de uma nuvem revelasse a dupla— e apenas ela no céu encoberto — para que os antigos navegadores se orientassem com segurança. Como se vê no mapa (à direita), nesta data o par se alinha na direção norte-sul.

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A Lua visita planetas na madrugada

Enfileirados acima do horizonte leste ao alvorecer, quatro planetas, um após o outro, receberão a “visita” da Lua: no dia 29 a Lua alcança Saturno, no dia 31 será a vez de Marte em 1º de abril Vênus e Mercúrio a 2. As três primeiras conjunções poderão ser vistas logo antes do raiar do dia. Encontrar Mercúrio ao alvorecer será um verdadeiro desafio.

Planetas

Mercúrio: visível em Peixes a partir do dia 3 de abril ao amanhecer. Difícil de ver por estar baixo no horizonte leste, com o céu claro ao fundo (magn. 2,0).

Vênus: visível entre Aquário e Peixes, ao amanhecer bem próximo do horizonte leste. Devido ao forte brilho, destaca-se sobre o clarão da aurora (magn. -3,9).

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Marte: visível em Aquário, acima do horizonte leste no fim da madrugada. Não confundir Marte com

Saturno, que está perto. Além de sua cor avermelhada Marte estará mais baixo no horizonte (magn. 1,1) Júpiter: visível no Leão do início da noite à madrugada. Fácil de ver por seu brilho e por estar bem acima do horizonte, ao anoitecer. Júpiter esteve em oposição ao Sol em 29 de fevereiro, ainda próximo da Terra: 660 milhões de quilômetros. Nos próximos meses à medida que se afasta da Terra, pode-se ver seu brilho enfraquecer.

Saturno: visível no Capricórnio, na alta madrugada. Fácil de ver por seu brilho e boa altura acima do horizonte leste (magn. 0,8)

Urano e Netuno: próximos à estrela π do Sagitário. Invisíveis a olho nu.

Plutão: próximo à estrela β da Libra. Invisível a olho nu.

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