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Em ritmo acelerado

A cada bilhão de anos, o Universo está se expandindo a um ritmo de 5% a 6%. E deverá crescer para sempre

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h39 - Publicado em 31 ago 2004, 22h00

Cecilia Negrão

O ano de 1998 é considerado um marco na história da cosmologia. Duas equipes de astrônomos – o High Z Supernova Search Team, liderado pelo australiano Brian Schmidt, e o Supernova Cosmology Project, chefiado pelo americano Saul Perlmutter – anunciaram a descoberta de que o Universo está em expansão acelerada e crescerá para sempre. Os astrônomos mediram a velocidade de um grande número de galáxias e concluíram que elas estão se expandindo num ritmo crescente. Isso significa dizer que uma força “empurra” o Universo, fazendo com que as galáxias se afastem umas das outras a uma velocidade cada vez maior. A estimativa é que o Universo esteja aumentando cerca de 5% a 6% a cada bilhão de anos.

Antes dessa descoberta, imaginava-se exatamente o contrário: que a expansão do cosmos começaria a se desacelerar até entrar em colapso no futuro. A nova teoria está provocando uma revolução na física. Até porque, de acordo com o astrônomo Amâncio Friaça, do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG), da USP, não existe uma física adequada para descrever o vácuo que domina o universo. A novidade obriga também a uma revisão nos cálculos da idade do Universo, pois, tendo no passado uma velocidade de expansão menor do que hoje, ele precisou provavelmente de mais tempo para atingir o tamanho atual.

De acordo com cientistas, com base na atual taxa de expansão, podemos estimar que as galáxias estivessem muito próximas umas das outras há cerca de 13,7 bilhões de anos. As conseqüências de uma expansão acelerada para o futuro do Universo são curiosas. Por exemplo, se de fato uma constante cosmológica (a energia do vácuo) domina a expansão, o número de objetos dentro do horizonte diminuirá com o tempo. Portanto, galáxias que hoje se encontram dentro do nosso horizonte, e das quais recebemos os fótons (luz) que são detectados com nossos telescópios, não serão mais acessíveis no futuro e deixarão de ser vistas.

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Os marcos da teoria do Universo em expansão

1916

Albert Einstein, com sua Teoria da Relatividade Geral, introduz uma constante cosmológica para mostrar que o Universo, apesar dos movimentos no seu interior, é estático no seu conjunto

1917

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Partindo da teoria elaborada por Albert Einstein, o astrônomo holandês Willem de Sitter demonstra que a constante cosmológica permite supor um Universo em expansão, mesmo desprovido de qualquer matéria

1922

Desafiando a teoria de Einstein sobre um Universo estático, o matemático russo Alexander Friedmann propõe um modelo dinâmico, segundo o qual o cosmo se expande ao longo do tempo

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1927

Considerado um dos pais da teoria do Big Bang, o astrofísico belga Georges-Henri Lemaitre apresenta a teoria de que a expansão do Universo significaria que, em seus primórdios, esse mesmo Universo era muito menor

1929

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O astrônomo americano Edwin Hubble descobre que as galáxias estão se afastando da Terra com velocidades proporcionais às suas distâncias. Daí se deduz que o Universo como um todo está se expandindo

1948

A noção de que o Universo deveria sempre se apresentar como o vemos hoje dá origem a um modelo conhecido como Universo Estacionário, proposto pelo astrônomo Fred Hoyle

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1948

O físico russo-americano George Gamow propõe que o Universo teria inicado sua expansão de uma forma violenta, a partir de um estado de pressão e calor extremos. A teoria passaria a ser conhecida como Big Bang

1964

Quase acidentalmente, os físicos Arno Penzias e Robert Wilson observam a radiação de origem cósmica, uma radiação com pequeno comprimento de onda. A descoberta dá sustentação à teoria do Big Bang

1989

Entra em órbita o satélite americano Explorador do Fundo Cósmico, conhecido como Cobe, sua sigla em inglês. Ele foi projetado para medir a radiação de fundo livre da influência de nossa atmosfera

O impacto da descoberta

A verificação de que o Universo está em expansão acelerada leva a uma revisão nos cálculos de sua idade. Além disso, o número de objetos dentro do nosso horizonte deverá diminuir com o tempo

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