E o Oscar foi para “Splash – Uma Sereia em Minha Vida”
"A Forma da Água" é tão afogado em clichês que se mostra pouco discernível do filminho água com açúcar de 1984. Este vídeo prova.
Bastante gente que gosta de cinema defende as inconsistências de A Forma da Água dizendo que o filme de Guillermo del Toro é tudo uma fábula – como era o (consistente) “Labirinto do Fauno”, que o mesmo Del Toro escreveu e dirigiu em 2006.
Não acho. Existe uma fossa abissal, aliás, entre produzir uma fábula e amontoar clichês.
Pense em Stranger Things. A série da Netflix também é uma fábula. E também homenageia a cultura de massa de outra época – Stranger celebra os anos 80 dos Goonies, do Atari e da Guerra Fria; A Forma da Água, os anos 50 de Roger Corman, das radionovelas e da Guerra Fria. Mas a semelhança para por aí, porque Stranger Things não tem clichê.
Bom, até tem. Mas o que o série faz é brincar com os clichês. Isso mais um roteiro cuidadoso torna Stranger Things uma obra que surpreende e emociona, que faz um adulto acompanhar uma fábula com olhos de criança.
A Forma da Água não. O filme é emocionante como um comercial de banco e traz tantas surpresas quanto um capítulo de novela das seis. E não brinca com clichês. É só feito de clichês, do primeiro ao último frame.
Melhor do que dizer que um filme é cheio de clichês, enfim, é mostrar os clichês. E o vídeo aqui embaixo, montado pelo pessoal do Screen Junkies, faz isso magistralmente, ao mostrar as semelhanças entre o vencedor do Oscar e Splash – Uma Sereia em Minha Vida, um filme de 1984 que jamais teve a pretensão de ser algo mais do que uma Sessão da Tarde. “Prepare a pipoca”: