O estudante Carlos Guilherme Custódio Ferreira tem 19 anos, está no segundo período do curso de engenharia civil da Unilavras, instituição particular de Lavras (MG), e fez a prova do ENEM “por fazer”.
“Quando fiz o Enem, já estava na faculdade e gostando muito do meu curso. Então, fiz a prova por teste mesmo. Como falaram que a correção seria mais rigorosa, passando por três avaliadores, resolvi incluir a receita para ver se realmente teria uma avaliação diferenciada”, contou o estudante em entrevista para o jornal “O Globo”. Mesmo assim, sua nota foi 560 pontos.
Ele ficou sabendo que sua prova ~caiu na web~ na manhã desta terça-feira (19), quando acordou e abriu o Facebook. Vários amigos postaram mensagens sobre sua redação, mencionando que ela tinha ficado famoso. Surpreso com a repercussão do caso nas redes sociais, Carlos Guilherme garante que sua intenção não era debochar dos corretores. O objetivo era testar a eficiência da correção do Exame Nacional do MEC. “Fiquei surpreso quando vi o resultado. No caso, era para eu zerar, porque fugi do tema. Confirmei o que desconfiava, que não corrigiam todas as redações direito, já que são muitas.”
Carlos recebeu 120/200 (60%) na competência 2 da correção, em que são avaliadas a compreensão da proposta da redação e a aplicação de conhecimentos para o desenvolvimento do tema. Pela nota, o Ministério da Educação (MEC) entende que o estudante abordou o tema de forma “adequada”, embora “previsível” e com “argumentos superficiais”. Na competência 3, na qual é avaliada a coerência dos argumentos, o candidato recebeu 100/200 (50%).
Procurado pelo GLOBO nesta segunda-feira (18), o Ministério da Educação (MEC) afirmou, por meio de nota, que “a presença de uma receita no texto do participante foi detectada pelos corretores e considerada inoportuna e inadequada, provocando forte penalização especialmente nas competências 3 e 4”. O órgão entende que o aluno não fugiu do tema nem teve a intenção de anular a redação, pois não feriu os direitos humanos e não usou palavras ofensivas.
O estudante mora em uma república com outros colegas, mas garante que não é de comer miojo com frequência.
Tá certo ele.
*Com informações de O Globo