Poluição zen
Faça o teste:
a) Seu dia só começa quando você acende um incenso para harmonizar o ambiente e fazer suas preces.
b) Você prefere usá-lo antes de dormir para se livrar das energias negativas acumuladas durante o dia.
c) Na verdade, você só gosta do cheirinho que fica no ar.
d) Usa apenas quando um amigo fumante insiste em acender um cigarro na sala da sua casa.
Seja lá que tipo de usuário de incenso você for, saiba que essa prática pode poluir o meio ambiente e fazer mal à saúde.
Pelo menos foi o que alertou a Pro Teste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, no mês passado (veja reportagem da Folha Online). As cinco marcas indianas verificadas – Agni Zen, Big Bran, Golden, Hem e Mahalakshimi – apresentaram substâncias tóxicas e alérgicas, como o benzeno e o formol, em sua composição.
O teste mostrou que quem acende um incenso por dia, inala benzeno – causador de câncer – em quantidade equivalente a três cigarros.
Em 2004, uma pesquisa holandesa feita em igrejas chegou a conclusões parecidas (veja notícia no site da BBC Brasil). De acordo com os cientistas, o ar que se respira no interior de uma igreja é mais poluído do que o de uma rua por onde passam 45 mil carros por dia.
Isso devido ao uso excessivo de velas e incensos lá dentro, que liberam hidrocarbonetos policíclicos cancerígenos, partículas sólidas – em concentração 20 vezes superior aos níveis permitidos pela regulamentação européia – e radicais livres, que causam doenças respiratórias e envelhecimento precoce dos tecidos.
Atualmente, ainda não existe nenhum tipo de fiscalização ou regulamentação para o produto no Brasil, mas a Pro Teste já reivindicou à ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária que realize estudos e crie as regras necessárias para tornar a utilização do incenso segura.
Até lá, é bom evitar a fumacinha.