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Por redação Super
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Afinal, quando é melhor tomar banho: de manhã ou de noite?

Será que a pergunta mais polêmica depois de "biscoito ou bolacha" tem resposta? Veja o que a ciência tem a dizer

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 jun 2020, 17h24 - Publicado em 15 fev 2018, 16h50

Desde que me conheço por gente, banho é aquela coisa que a gente toma de manhã, assim que acorda. Sem exceções. Uma das minhas lembranças mais antigas é o barulho do meu pai desligando o chuveiro enquanto minha mãe abria a porta do quarto, umas seis e pouco da manhã. Minha vez. “Seu cabelo é rebelde, sem água não dá para pentear”, ela dizia. 

Por isso, fiquei chocado quando telefonei pela primeira vez para minha namorada, umas oito da noite, e sua mãe deu a notícia fatídica: ela está tomando banho. Como, diga-se de passagem, faz todos os dias antes de dormir. Desde que aprendeu a abrir a torneira.

Três anos e meio após o episódio, discutir o horário do banho ainda é um ritual. Ela não cansa de esfregar na minha cara que eu levo para o travesseiro toda a imundice da rua – “poluição impregnada nos poros”, em um tom dramático. Eu retruco lembrando que ela sai na rua, todo santo dia, com a cara amassada, cheirando a lençol, carregando ácaros por aí.

Nunca chegamos a uma conclusão. Então liguei para Silmara Cestari, professora aposentada do departamento de dermatologia da Universidade Federal de São Paulo, para saber quem está certo. Tomei um balde de água fria – e nem foi de manhã, o horário em que prefiro me molhar: “Não faz diferença. Para o bem-estar talvez, mas para a pele não.”

Queria tanto uma resposta que apelei – que humilhação – para o argumento da minha cônjuge: “tem gente que diz que não gosta de levar a sujeira da rua para a cama. Faz sentido?”

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Para Cestari, o argumento só se aplica à pele do rosto, que fica exposta. Higienizar a testa, o nariz e as bochechas com produtos adequados no fim do dia definitivamente é uma boa ideia (além, é óbvio, das mãos – quem anda de ônibus sabe por quê). “Quanto ao corpo, só se você for um trabalhador braçal. Alguém que fica de terno em um escritório na Paulista não precisa se preocupar.”

Assunto encerrado: para a pele, o placar é zero a zero. Mas nem só de capa vive um livro: será que o banho matinal faz bem por dentro? Bem, ele faz bem para a criatividade – o que pode explicar porque ele ajuda uma pessoa que vive de escrever, como eu, a chegar ao fim do dia.

Quem diz é Shelley Carson, professora de psicologia da Universidade Harvard. Para ela, o banho é um bom jeito de deixar seu cérebro lidar com os problemas sozinho. “Se você precisa encontrar uma solução criativa para um problema, mas pensa, pensa e não consegue chegar lá, é uma boa colocá-la em segundo plano. Ele fica lá, maturando, e processos inconscientes lidam com ele.” Este artigo científico, da Universidade Radboud, na Holanda, reforça a importância de se refrescar quando todo o resto dá errado.

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Por outro lado, meu horror a me molhar ao som do Jornal Nacional pode explicar porque eu acho dormir tão difícil. Nosso corpo, quando chega a noite, esfria. E a queda de temperatura ajuda a desencadear vários outros processos que garantem uma boa noite de sono.

Quem toma um banho quente uma ou duas horas antes de se deitar eleva a própria temperatura um pouco além do normal – o que pode parecer ruim em princípio. Mas assim que o corajoso sai do box, sua temperatura começa a cair repentinamente. Mais rápido do que cairia sem banho. Quanto mais rápido ela cai, melhor o organismo entende que chegou a hora de descansar – e é daí que vem a sensação de relaxamento. Este artigo científico revelou que, principalmente entre pessoas mais velhas, a ducha pré-ronco diminui o número de vezes que nos mexemos nas primeiras três horas de sono.

Moral da história? Tome banho na hora em que quiser. Sempre há um bom argumento para defender seu horário.

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