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Adolescentes nunca dormiram tão pouco – e celular é o vilão

Estudo mostra que os smartphones são os principais responsáveis por tirar o sono dos jovens

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 out 2017, 18h12 - Publicado em 25 out 2017, 18h09

Que atire o primeiro travesseiro quem nunca abriu as redes sociais antes de dormir com a desculpa de dar “só uma olhadinha” e acabou perdendo horas nessa bisbilhotada. Parece um comportamento inofensivo, mas o hábito é um dos principais responsáveis pela privação de sono entre adolescentes.

Um novo estudo mostra que os jovens não estão dormindo tempo o suficiente e que, se comparados a gerações anteriores, os adolescentes nunca tiveram tão poucas horas de sono. Os psicólogos responsáveis pela pesquisa dizem que quanto mais tempo os adolescentes passam online, menos eles dormem.

O corpo humano precisa de quantidades distintas de sono ao longo da vida. Uma criança de 4 anos necessita de 11 a 12 horas na cama. O tempo ideal para um idoso saudável é de sete a oito horas – embora muitos não consigam dormir tanto. Mas para um adolescente ter um dia produtivo, o recomendado pelos especialistas é que se durma, no mínimo, nove horas por noite. Nessa faixa etária, menos que sete horas é considerado insuficiente.

Para descobrir se os jovens nos Estados Unidos estavam descansando tempo o bastante, a psicóloga Jean Twenge, da Universidade Estadual de San Diego, em parceria com outros dois psicólogos da Universidade Estadual de Iowa, examinaram dados de duas grandes pesquisas realizadas pelo governo americano que reúnem informações mais de 360 mil adolescentes. O levantamento “Monitoring the Future” perguntou a adolescentes entre 13 e 18 anos com que frequência eles dormiam,  no mínimo, sete horas por noite. A pesquisa “Youth Risk Behavior Surveillance System” analisou a média de horas que estudantes de 14 a 18 anos dormiam.

Os três cientistas cruzaram as informações dos dois estudos e descobriram que 40% dos adolescentes entrevistados em 2015 descansava menos de sete horas por noite. Em 2009, 33% deles dormia sete horas e, em 1991, a parcela de jovens que costumava ter essas horas de sono era de 16%.

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Os pesquisadores também perceberam que quanto mais tempo os adolescentes passavam conectados, menos eles dormiam: jovens que gastam cinco horas diárias online estavam 50% mais propensos a dormir menos que seus pares que passam apenas uma hora ao dia conectados. A combinação de dados dos dois levantamentos foi publicada recentemente no periódico Sleep Medicine.

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De acordo com os autores da pesquisa, o fenômeno celular X sono pode ser notado desde o início da década, quando houve um crescimento no uso de smartphones e, como consequência, as horas de sono dos jovens diminuíram. Eles alertam para os impactos da luz dos dispositivos eletrônicos na qualidade do sono já que o azul das telas inibe a produção de melatonina, o hormônio natural do corpo, e como não dormir o bastante pode ser negativo para o desenvolvimento dos adolescentes em várias esferas da vida.

Os smartphones são pré-requisitos para a vida moderna, tanto que se tornaram extensões do nosso corpo. Entre adolescentes e adultos, a dependência é tanta que já existe um termo para descrever o medo de ficar sem celular: nomofobia. O conselho da líder do estudo, Jean Twenge que também é autora de diversos livros sobre comportamento adolescente, é que o uso desses dispositivos seja limitado a duas horas por dia.

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“Dada a importância do sono para a saúde física e mental, adolescentes e adultos devem considerar se os smartphones não estão interferindo na qualidade de seu sono. É realmente importante não usar eletrônicos com tela antes de dormir, porque eles prejudicam o processo de adormecimento”.

A bronca de desligar o celular e ir dormir sobrou até para os pais.

 

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