Assine SUPER por R$2,00/semana
Imagem Blog

Turma do Fundão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Grupo de leitores-colaboradores da ME que ajuda a revista sugerindo pautas e alimentando este blog cultural
Continua após publicidade

5 coisas que você não sabia sobre Clube da Luta

Por Erik Cecílio e Laís Dias
Atualizado em 4 jul 2018, 20h33 - Publicado em 26 jul 2017, 18h19
(Divulgação/Reprodução)

Em 1996, o escritor norte-americano Chuck Palahniuk lançou seu primeiro e mais famoso livro, Clube da Luta. Três anos depois, o filme homônimo era estrelado por nomes de peso como Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonham Carter e dirigido pelo aclamado David Fincher, que havia feito Alien 3 e Seven: Os Sete Pecados Capitais.

Recepcionado com avaliações mistas do público no começo, hoje em dia Clube da Luta é um ícone cult e uma das mais apreciadas críticas ao consumismo da literatura. Em homenagem aos 20 anos que a obra completou no ano passado, vamos desrespeitar a primeira e a segunda regras do Clube para trazer estas cinco curiosidades para você.

1) O autor quase não foi escritor

A vida de Chuck não foi das mais fáceis. Formado em jornalismo, Palahniuk já foi lutador amador, caminhoneiro e mecânico de automóveis. Durante a adolescência, teve que lidar com o assassinato do pai e da namorada dele, a morte da avó e o suicídio do avô. Após ser indicado a um workshop literário por um amigo, finalmente permitiu que seu lado escritor crescesse e começasse a definir um estilo próprio – esse estilo, que o autor intitulou de “ficção transgressional”, é caracterizado pelo uso de frases curtas e repletas de humor irônico, repetidas ao longo do romance.

Após duas de suas primeiras obras autorais serem recusadas por diversas editoras, Chuck resolveu fugir completamente do mainstream e arriscar uma história mais obscura que as outras. Assim, nascia Clube da Luta. O autor também escreveu outros 16 livros, dentre eles, No Sufoco, adaptado para o cinema em 2008.

Continua após a publicidade

2) Os personagens foram inspirados em pessoas reais

Palahniuk já admitiu em entrevistas e em um ótimo texto de 1999 que os personagens e situações do livro foram inspirados em pessoas e acontecimentos reais.

Ele diz: “Partes de Clube da Luta sempre foram reais. É menos um romance do que uma antologia das vidas dos meus amigos. Eu tenho insônia e fico sem dormir por vários dias. Garçons bravos que eu conheço mexem com a comida dos outros. Eles raspam suas cabeças. Minha amiga Alice faz sabão. Meu amigo Mike coloca frames de filmes eróticos em vídeos de família. (…) Um amigo alemão meu, Carston, aprendeu a falar inglês usando apenas clichês ultrapassados. Agora, as palavras dele estão saindo da boca de Brad Pitt. (…) A noite em que fui salvar meu amigo Kevin de uma overdose de Xanax é a cena de Brad correndo para salvar Helena.”

Em um artigo da revista Premiere, que entrevistou o elenco do filme e o autor do livro, a jornalista Johanna Schneller escreveu que o Tyler da vida real “é um carpinteiro com propensão a invadir propriedades, líder de incursões a prédios abandonados para salvar mármores e outros acessórios”. Palahniuk é citado dizendo que seu amigo Tyler é “uma dessas pessoas neorromânticas que pensam que, se o Bug do Milênio acontecesse, todos nós iríamos ser melhores”.

Já a amiga que inspirou Marla sempre teve o desejo de que Chuck se tornasse um grande escritor e sempre pediu que, se isso acontecesse, que ele a levasse para conhecer Brad Pitt. Dito e feito: quando Brad foi escalado para viver Tyler nos cinemas, Chuck levou todos os amigos que inspiraram os personagens (um total de seis), incluindo Marla, aos set de filmagens para conhecê-lo. Na entrevista, lembrou: “Então, eu pude dizer: ‘Tyler, este é o Tyler’; ‘Marla, esta é a Marla’, e todos estavam realmente fascinados uns pelos outros”.

Continua após a publicidade

3) Palahniuk prefere o filme ao livro

Se você já leu Clube da Luta, sabe que o final do livro e o final do filme são diferentes. Atenção para os spoilers: no livro, o Narrador atira em si mesmo e, supostamente, consegue se livrar de Tyler (há contestações quanto a isso, mas vamos deixá-las de lado). Ele então acorda no que acredita ser o céu, mas é, na verdade, uma instituição psiquiátrica, na qual os funcionários aparecem machucados (seriam membros do clube da luta?) e dizem a ele que aguardam seu retorno. Ele tinha um plano de explodir um prédio, mas isso nunca é concretizado.

No filme, o Narrador atira em si mesmo, livrando-se da influência de Tyler, e explode vários prédios de sedes de empresas de cartões de crédito para acabar com as dívidas das pessoas (uma iniciativa de Tyler).

(fim dos spoilers) Em uma entrevista, o autor admitiu que o filme conseguiu simplificar o plot e apresentá-lo de maneira muito mais efetiva, além de estabelecer conexões que ele se sentia envergonhado de não ter feito antes na própria obra.

4) Existem clubes da luta na vida real

Continua após a publicidade

No final do próprio livro, o autor admite que inúmeras pessoas entraram em contato com ele para que compartilhasse o segredo de onde se encontravam os clubes da vida real. Decepcionadas, recebiam a notícia que a coisa era toda fictícia.

Mas se engana quem pensa que os entusiastas pararam por ai: há relatos de que realmente existam clubes com o mesmo objetivo que o original por ai. Um deles, que segue a mesma linha, mas não é tão secreto, é o da Rússia, onde homens de negócio pagam para passar uma semana inteira com outros caras se estapeando e passando por outras formas de agressão física e psicológica com o objetivo de transformar cidadãos urbanos em “homens reais”. O anúncio deles na internet? “Você não é o que você tem — seu emprego, seu carro, sua conta bancária. Se você quer mudar sua vida, encontrar o guerreiro dentro de você e enfrentar seu inimigo interior — inscreva-se na nossa próxima turma!”.

Além do clube russo, há relatos de clubes em Nova York, na Califórnia e na Tailândia.

5) Há uma sequência e haverá mais uma

(Reprodução/Dark Horse)

Em 2015, a banda Nine Inch Nails anunciou em uma Comic Con a realização de uma versão ópera rock do Clube da Luta, que contará com as colaborações de Chuck Palahniuk e de David Finch, diretor do filme. O projeto ainda está em desenvolvimento.

Em 2016, foi lançada no Brasil a continuação da obra, Clube da Luta 2, uma graphic novel escrita por Palahniuk. A obra nos reapresenta o Narrador – agora chamado Sebastian – e Marla, agora sua esposa, 10 anos depois do final do primeiro livro. Os dois têm um filho de 9 anos e uma rotina enfadonha e careta, o que faz Tyler se agitar no subconsciente de Sebastian.

Continua após a publicidade

Tyler começa a tocar um projeto militar chamado Erga-ze ou Morra e sequestra o filho dos dois. Sebastian e Marla então partem atrás do filho, de formas diferentes. Em paralelo, Palahniuk quebra a quarta parede inserindo-se na história como um roteirista que, junto a outros colegas autores, quebra a cabeça para dar continuidade à trama (e falha).

A continuação dividiu os fãs entre críticas positivas e negativas. Apesar disso, Palahniuk já confirmou que haverá um Clube da Luta 3, também em quadrinhos.

6) BÔNUS: A teoria de Calvin e Haroldo

Existe uma teoria maluca que conecta as famosas tirinhas de humor Calvin e Haroldo à trama de Clube da Luta. Segundo ela, o Narrador é Calvin crescido e Tyler é apenas uma versão evoluída de Haroldo.

Ao envelhecer, Calvin teria se visto obrigado a deixar Haroldo para trás e crescer, porém essa separação, somada à percepção de como a realidade é dolorida e amargurada, transformaria o garoto em um adulto ansioso e insone: o Narrador. Em meio a essa confusão mental, Haroldo ressurgiria como Tyler (já que, para um adulto, não seria mais cabível ter um amigo imaginário animal), também crescido e revoltado.

Continua após a publicidade

A teoria também argumenta que há semelhanças entre o Clube da Luta e o grupo formado por Calvin nos quadrinhos, o G.R.O.S.S. (sigla em inglês para “Get Rid of Slimy girlS”), um clube só para meninos. Enquanto Haroldo lia as atas das reuniões anteriores, os componentes brigavam entre si. Doideira!

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.