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Se você gosta de super-heróis (ou, mais especificamente, de super-heróis dando bordoadas uns no outros), Vingadores vs. X-Men vs. Quarteto Fantástico (Panini Comics, R$ 26,90, 250 pgs.) é uma ótima pedida pra você. Juntando quatro histórias com conflitos entre as três maiores equipes da Marvel Comics, essa coletânea traz situações em que nem mesmo os mocinhos conseguem ter paciência uns com os outros.
As duas primeiras tramas são sagas de múltiplas edições e as duas últimas, histórias clássicas de poucas páginas. O encadernado abre com X-Men vs. Vingadores, coletando X-Men vs. The Avengers #1-4 (1987), com roteiro de Roger Stern e arte de Marc Silvestri. Nela, os Vingadores (formados por Thor, Capitão América, Mulher Hulk, Capitã Marvel [Monica Rambeau], Dr. Druida e Cavaleiro Negro) cruzam seus caminhos com os X-Men (equipe formada por Tempestade, Destrutor, Vampira, Cristal, Wolverine e Magneto) depois que pedaços do Asteroide M caem na Terra.
Problemas de desconfiança levam os Vingadores, que querem levar Magneto à justiça por seus crimes, a lutar contra os Supersoldados Soviéticos, um time B de mutantes russos. Somos apresentados a um conflito moral, em que diferentes times de heróis brigam para conseguir capturar Magneto e dar a punição que eles julgam ser a melhor por seus crimes. O sempre presente preconceito contra os mutantes está mais forte do que nunca aqui, sendo a motivação que dá combustível à trama.
Arte de Marc Silvestri em X-Men vs. The Avengers #1-4 (1987)
A segunda história é Quarteto Fantástico vs. X-Men, compilando Fantastic Four vs. The X-Men #1-4 (1987), com roteiro de Chris Claremont e arte de Jon Bogdanove. Ela traz a família de heróis que todos conhecemos (com a adição da Mulher Hulk) e o mesmo time de mutantes da primeira história (com a adição de Longshot e Psylocke) num impasse em que a vida de Kitty Pryde, a Lince Negra, está em jogo após ela ser gravemente ferida.
Por causa do ferimento, Kitty foi “travada” no seu estado intangível, fazendo com que, lentamente, ela morra. Os X-Men acham que Reed Richards, o Sr. Fantástico, tem a tecnologia necessária para reagrupar as moléculas de seu corpo e salvá-la, mas, por uma razão misteriosa, ele decide recusar. Não demora muito até que os dois times de heróis comecem a batalhar.
A trama traz um interessante conflito interno na mente de Reed Richards. Sua percepção do que realmente aconteceu no fatídico acidente que deu origem ao Quarteto o deixa com sentimentos de culpa e fracasso.
Arte de Jon Bogdanove em Fantastic Four vs. The X-Men #1-4
As duas últimas histórias são Surgem os Vingadores (X-Men #9, de 1965) e Nós temos que enfrentar os X-Men! (Fantastic Four #28, de 1964). As duas são roteirizadas por Stan Lee, o mito dos mitos, e têm arte de Jack Kirby, o mito dos mitos nº 2. São duas histórias curtas dos primórdios da Marvel, com roteiros não tão intrincados, que mostram a formação original das três equipes “quebrando o pau”.
De longe, as duas primeiras histórias são as melhores dessa coletânea, devido à maior sofisticação do roteiro. As outras duas são basicamente histórias onde acontecem mal-entendidos e os times acabam se estapeando. Essas são aquelas famosas histórias antigas cheias de clichês, em que os personagens ficam constantemente narrando suas ações.
Arte de Jack Kirby em X-Men #9
As artes das histórias também são bem legais, mas um ponto que quero levantar aqui são os erros anatômicos cometidos por Marc Silvestri na primeira história. Num dos primeiros quadros, a canela do Thor se transforma em um estômago e existem várias outras “peculiaridades” no mesmo estilo.
É importante lembrar que, ano que vem, teremos as primeiras adaptações de “bem vs. bem” originadas de quadrinhos nas telonas: Capitão América: Guerra Civil em maio e Batman vs. Superman: A Origem da Justiça em março. A coletânea apresentada aqui pode servir como um aquecimento para o que vem por aí e nos lembrar que, mesmo lutando pelo bem, às vezes os heróis acabam perdendo a paciência um com o outro.
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