Existe alguém ou alguma família com o sobrenome Hitler?
Existiu, mas não existe mais. Hitler provavelmente vem da palavra alemã hütte, que significa cabana – e deu no inglês "hut", da Pizza Hut.
Ele tinha parentes, claro. Mas poucos desses parentes se chamavam “Hitler”. O pai de Adolf, seu Alois, tinha esse sobrenome. Mas o pai dele não. O avô paterno de Hitler se chamava Johan Georg Hiedler. Isso não significa que o “Hitler” de Alois era exatamente um erro de cartório. O próprio irmão de Johan Georg, Johann Nepomuk, assinava “Hüttler”. Ou seja: havia, e ainda há, várias formas de escrever o sobrenome da família.
“Hüttler” é a mais correta – significa “aquele que mora em uma cabana” (“hütte”, em alemão, com a mesma origem do inglês “hut”, que hoje batiza a rede de pizzarias cujo nome poderia ser traduzido como “Cabana da Pizza”). Outra opção é que o nome derive de “hiedler”, que no dialeto austro-bávaro significava “aquele que vive próximo a um riacho”.
Seja como for, “Hitler” foi uma variação pouco usada. As pessoas que fizeram parte da árvore genealógica de Adolf usavam mais Hüttler, Hiedler, Hiedle. Até hoje há pessoas com esses nomes.
Bom, seu Alois teve outros três filhos além de Adolf: Alois Hitler Jr, Angela Hitler e Paula Hitler. Paula não deixou filhos. Ângela teve três, mas eles adotaram o sobrenome paterno (Raubal). Alois Jr. se apaixonou por uma irlandesa, Bridgert Dowling, e mudou-se com ela para Londres ainda em 1910, quando seu irmão Adolf ainda era um jovem pintor de 21 anos.
O casal teve um filho com nome meio britânico meio alemão: William Patrick Hitler. Só que a família mudou-se para os EUA na década de 1930. Esse sobrinho de Hitler, ironicamente, serviu na marinha americana durante a Segunda Guerra. Para evitar problemas, mudou de nome para William Patrick Stuart-Houston. Seus quatro filhos ganharam esse nome no lugar do “Hitler”, relegando a alcunha do tio famoso para a lata de lixo da história dos sobrenomes.
O nome só reaparece em homenagens que fanáticos impõem a seus filhos. O escritor Fernando Jorge, autor de Hitler: Retrato de uma Tirania, descobriu um taxista chamado Adolf Hitler em São Paulo. O pai dele, admirador do tirano, tinha participado da Ação Integralista Brasileira, organização que flertava com o nazi-fascismo.
Pergunta de Juka Goulart, Rio Bonito (RJ).