Como a Esfinge perdeu seu nariz?
A mutilação ocorreu no século 14, e foi fruto de intolerância religiosa.
O culpado teria sido Muhammad Sa’im al-Dahr, um sufi (adepto de uma vertente mística do Islã) que viveu no Egito por volta de 1378. A destruição teria sido produto de intolerância religiosa: ao avistar oferendas de camponeses para a esfinge de Gizé, o sufi teria destroçado o nariz da escultura por considerar que o culto àquele monumento era contrário aos preceitos muçulmanos.
Nada muito diferente do que o Estado Islâmico fez com as ruínas da cidade assíria de Nínive e o sítio arqueológico de Palmira durante as tensões mais recentes no Oriente Médio. Destruir artefatos históricos foi uma demonstração recorrente de fanatismo religioso e autoritarismo ao longo da história.
Embora muitos relatos apontem as tropas de Napoleão como responsáveis pela falta do nariz, há vestígios históricos – inclusive um desenho do explorador britânico Frederic Norden – que apresentam uma esfinge mutilada antes da Era de Napô.
Fonte: Moacir Santos, doutor em História Antiga e diretor do Museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso.