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Coluna Carbono Zero: Mudanças no clima ameaçam 50% das árvores nas cidades

As chamadas ‘florestas urbanas' são mais uma vítima do aquecimento global.

Por Salvador Nogueira
Atualizado em 27 dez 2022, 14h14 - Publicado em 15 dez 2022, 14h27

Texto Salvador Nogueira

Muito se fala em proteger florestas nativas, como a Amazônia, a fim de combater as mudanças climáticas. Menos conhecido é o papel das florestas urbanas – termo usado para definir não só os parques, mas também todas as árvores que existem dentro das cidades. Muitas delas têm adotado uma estratégia de expandir essas áreas para mitigar o impacto do aquecimento global.

Mas, paradoxalmente, esse esforço pode estar ameaçado pela própria crise climática. As árvores fazem um serviço bem maior do que meramente adornar a cidade e dar um refresco aos pedestres quando o tempo está quente demais (sem falar nos benefícios de saúde mental e as oportunidades de recreação que um ambiente arborizado produz).

Elas também promovem processos de evapotranspiração, que ajudam a resfriar o ambiente urbano. Evaporação, quando a água que cai no solo é aquecida e transformada em vapor. Transpiração, quando as árvores e arbustos absorvem água pelas raízes e as liberam pelas folhas. E água que passa de líquido para vapor, seja qual for o mecanismo, está absorvendo calor do ambiente – portanto, combatendo o aquecimento urbano.

Mas qual é a chance de mantermos nossas florestas urbanas saudáveis em meio às mudanças climáticas? Essa foi a questão sobre a qual se debruçou o grupo de Manuel Esperon-Rodriguez, da Universidade do Oeste de Sydney, na Austrália. E as notícias que ele traz, em artigo (1) publicado na Nature Climate Change, não são boas.

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Partindo de uma base de dados chamada Inventário Global de Árvores Urbanas, os pesquisadores constataram que, em 164 cidades espalhadas por 78 países, mais da metade das espécies de árvores que compõem as florestas urbanas já está sob risco, por conta de temperaturas excessivas e precipitação inadequada.

Pior: até 2050, esses números devem crescer significativamente, atingindo até 70% das espécies. E o trabalho nem leva em conta o fato de que as cidades podem se tornar ainda mais quentes no futuro, devido a seu crescimento (sim, as selvas de concreto e a poluição concentrada aumentam a temperatura urbana). O efeito é mais pronunciado, segundo os autores, em cidades localizadas em latitudes mais baixas, o que faz soar um sinal de alerta ainda maior no Brasil.

Plantar árvores para mitigar o aquecimento global é importante. Mas o estudo mostra que nem isso poderá funcionar se não trabalharmos com mais afinco para reduzir as emissões de gases-estufa, e limitar o aumento da temperatura do planeta.

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Fonte 1. Climate change increases global risk to urban forests. M Esperon-Rodriguez e outros, 2022.

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