Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Coluna Carbono Zero: Um imposto global sobre as emissões de CO2?

Ele ajudaria o mundo a enfrentar as mudanças climáticas, diz a ONU.

Por Salvador Nogueira
Atualizado em 27 out 2022, 14h28 - Publicado em 20 out 2022, 14h35

Texto Salvador Nogueira

Durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, uma pauta inadiável ganhou espaço: a criação de um imposto sobre carbono. O secretário-geral, António Guterres, defendeu que países desenvolvidos criem um imposto sobre o lucro das empresas de combustíveis fósseis.

A arrecadação serviria para ajudar os países pobres a enfrentar a crise climática. “Não tenhamos ilusões. Estamos em mar agitado. Uma crise do custo de vida está avançando, a confiança está erodindo, as desigualdades estão explodindo e nosso planeta está queimando”, disse Guterres. Nos dias seguintes, como que para reforçar o argumento, o furacão Ian devastou o oeste de Cuba e levou a Flórida a um estado de emergência.

Com a piora do aquecimento global, eventos climáticos como esse já se tornaram mais frequentes e só vão aumentar nos próximos anos. Os países em desenvolvimento serão os mais afetados, e os que terão menos recursos para mitigar as catástrofes.

Guterres sugeriu uma proposta que preserva a soberania dos países, com cada um taxando suas próprias empresas e convertendo os recursos em proteção ao ambiente e apoio a outras nações. Mas taxar empresas em um país simplesmente as empurrará para outro, levando junto as eventuais emissões de carbono – e mantendo o problema, já que somos um só planeta.

Continua após a publicidade

Para Alice Pirlot, da Universidade de Oxford, a solução seria criar um imposto global unificado sobre carbono. Se o custo for o mesmo no planeta inteiro, não haveria para onde correr. Mas isso cria, por outro lado, mais uma desigualdade: países desenvolvidos e em desenvolvimento pagarão a mesma coisa.

Não parece justo, nem está em linha com o Acordo de Paris, que adota o princípio de responsabilidade comum, mas diferenciada, entre as nações. A solução, para Pirlot, é fazer com que o dinheiro arrecadado retorne aos países mais pobres, restabelecendo a justiça do mecanismo e estimulando a redução de emissões em escala global.

A discussão, contudo, está longe do fim. Embora os países ricos reconheçam a necessidade de cortar suas próprias emissões e dar apoio aos pobres, ainda não há um mecanismo claro, que dirá unificado, para fazer isso acontecer. Depende, no momento, da boa vontade de cada nação.

Continua após a publicidade

O debate promete ter mais um capítulo durante a COP27, conferência climática global que acontecerá no Egito em novembro. Enquanto isso, o clima segue mudando – e furacões, enchentes e ondas de calor continuam a devastar populações vulneráveis e abalar colheitas.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.